Há duas semanas se fala da empresa alemã Siemens que denunciou às autoridades antitruste a formação de cartel para o fornecimento de equipamentos para metrôs e trens em São Paulo durante os governos do PSDB (de 1998 a 2008).
Segundo a reportagem da revista IstoÉ, foi ao assinar um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que a Siemens deixou exposto um milionário propinoduto mantido há quase 20 anos por sucessivos governos do PSDB em São Paulo – Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin – mostrando como ela e outras companhias se articularam para vencerem licitações públicas, com preços superfaturados, para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos (e como faziam para corromper políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de alto escalão).
Na tarde de ontem, governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que decidiu processar civilmente a Siemens por formação de cartel. “Vamos fazer um processo contra a empresa Siemens por lesão aos cofres públicos e ao estado de São Paulo, exigindo a indenização de toda a lesão proferida”, informou, em entrevista coletiva, Alckmin. Apesar disso, os contratos em vigor serão mantidos.
Segundo a reportagem da IstoÉ desta semana, os documentos do Tribunal de Contas e do Ministério Público alertam os governos paulistas, sobre as fraudes nas licitações, há pelo menos cinco anos. Três alertas teriam sido ignorados, em 2008, 2009 e 2010.
Números do metrô
A Cidade do México e São Paulo começaram a construir seus sistemas metroviários na mesma época, na década 1970, São Paulo tem hoje apenas 74,3 quilômetros de metrô, enquanto a capital mexicana construiu uma rede de 226,5 quilômetros, com 195 estações.
O Cade e o Ministério Público concluíram que concluíram que os cofres paulistas foram lesados em pelo menos R$ 425 milhões e que os trens e metrô foram superfaturados em 30%.
Manifestação contra propinoduto
Hoje o Movimento Passe Livre, o Sindicato dos Metroviários e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto se reúnem junto à população para se manifestar – no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, às 15 horas – contra os desvios de verbas públicas e a formação do cartel em SP.
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