Alencar se emociona ao falar de Minas

Internado novamente no hospital Sírio-Libanes, em São Paulo, desde o último dia 25, desta vez para tratar de uma obstrução intestinal, o vice-presidente José Alencar não pôde votar no segundo turno, mas não desistiu de dançar um xaxado com a presidente eleita Dilma Rousseff, para comemorar a vitória, como os dois combinaram antes das eleições.

“Passei mal anteontem, mas hoje já estou bem melhor”, foi logo me contando Alencar, quando o visitei na tarde desta quarta-feira, animado com a vida como sempre, fazendo planos para sair logo do hospital. Está descartada uma nova cirurgia, que os médicos chegaram a cogitar. “Desta vez, batemos o pé para não fazer”, explica dona Marisa, a inseparável companheira de Alencar, que me explicou em detalhes os problemas de saúde que ele vem enfrentando, depois de ser submetido a 16 cirurgias.

Mesmo deitado, enfraquecido pelos fortes remédios que está tomando, o vice de Lula se empolga ao falar da sua participação na campanha em Minas, onde a presidente eleita ganhou por larga margem de votos. “A nossa vitória lá, em número de votos, se você comparar o tamanho dos eleitorados, foi proporcionalmente maior do que a do Serra em São Paulo, fez a diferença”.

Alencar se emociona ao contar que fez campanha até do hospital:

“O nosso pessoal andava meio desanimado e desunido depois do primeiro turno, mas eu fui lá e reuni todas as lideranças no auditorinho na minha empresa, e botamos a campanha na rua. Eu que criei o slogan ‘Dilma é Minas na presidência’. O povo gostou. Até organizei uma grande carreata com o Lula e a Dilma, foi uma beleza. Cruzamos Belo Horizonte inteira. Durou mais de duas horas. Depois que vim para cá, eles fizeram outra reunião no auditorinho e eu participei por telefone no viva-voz, fui muito aplaudido”

Ao contrário do que normalmente acontece, quando se faz uma visita a José Alencar no hospital, é o paciente quem deixa a gente mais animado com a vida. “Eu gosto quando a gente fala destas histórias de política”, disse com um largo sorriso, ao nos despedirmos.

Em tempo:

bem que o leitor Targino Silva, em comentário enviado hoje às 11h52, tinha razão. Ele não botou fé na promessa de mudar de assunto que fiz ontem neste mesmo espaço. “Você acha que vai ficar fora do assunto política? Eu duvido, nem que a vaca tussa”, escreveu ele.

Até que tentei, bem que gostaria de falar de futebol, da bela vitória do meu São Paulo contra o Cruzeiro, em Minas, mas não poderia deixar de contar a vocês do meu encontro com o amigo Zé Alencar. Se bem que, neste caso, trata-se mais da história de um ser humano extraordinário do que de mais um texto político.


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