“Alta do dólar não preocupa”, diz Mantega

Depois de uma manhã nervosa com queda das bolsas e a alta do dólar, a moeda norte-americana voltou a subir no início da tarde desta segunda-feira, dia 14, e passou a marca dos R$ 2. Assim que a alta começou a ser divulgada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, saiu a público para acalmar os ânimos da economia dizendo que, apesar de ser reflexo da insegurança causada pela crise na Europa, o aumento do preço do dólar não preocupa o governo.

“O dólar alto beneficia a economia brasileira porque dá mais competitividade para os produtos brasileiros. A indústria brasileira pode competir melhor com os importados que ficam mais caro e pode exportar mais barato”, afirmou. O ministro disse ainda que o governo não estabelece parâmetros para a elevação do preço do dólar e que a moeda vai flutuar de acordo com o mercado.

Até o fim de abril, o problema cambial era o oposto. O dólar estava desvalorizado graça à enxurrada da moeda que entrava no Brasil pela busca dos investidores internacionais em ações de economias emergentes. Com o preço do dólar em baixa, a indústria nacional perdia competitividade nos mercados internacionais.

A alta do dólar nesta segunda foi causada pela crise política na UE, principalmente com a indefinição sobre a criação de um governo de coalizão na Grécia após a reunião entre o presidente, Karolos Papoulias, e os líderes dos três principais partidos do país neste domingo.  Esta indefinição ameaça o cumprimento do pacto de austeridade fiscal firmado pela Grécia – a exemplo dos demais países do megabloco – para sanar o déficit orçamentário e pode vir a ocasionar a retirada do país da UE.

Essa insegurança gera no mercado uma atitude conservadora, já que os investidores tendem a buscar investimentos tradicionais e mais “seguros”, como o dólar e o ouro.  A grande procura diminui a oferta destes recursos, resultando em uma elevação de preços.

Crise na Europa
Contrariando a previsão de aumento da produção industrial na UE em 0,5% no mês de março, em relação a fevereiro, o índice teve queda de 0,3% neste mês. Este claro sinal da crise econômica é agravado pelas recentes ameaças ao sucesso do pacto de austeridade fiscal da UE que vários países, como a Grécia, a Alemanha e a Espanha, têm enfrentado.

Na Grécia, terminou sem sucesso a reunião deste domingo, dia 13, entre o presidente, Karolos Papoulias, e os líderes dos três principais partidos do país na tentativa de formar um governo de coalizão. Este impasse que se estende nas últimas semanas ameaça o cumprimento do pacto e, consequentemente, a continuidade da Grécia na zona do euro. Nesta segunda-feira, o Banco Central Europeu já fala explicitamente nesta possibilidade causando ainda mais instabilidade econômica e política na UE.

Na Alemanha, o pacto de controle econômico também perde força com o fracasso do partido da chanceler Angela Merkel nas eleições do estado mais populoso do país, a Renânia do Norte-Vestfália. E a Espanha teve seus esforços em aumentar a confiança nos investidores internacionais criticados pela agência de classificação de risco Moody’s. Segundo a agência, as iniciativas – como o aumento dos repasses do Estado para cobrir as perdas dos bancos – vão elevar o endividamento do país.

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