Viagem a Tóquio (1953), obra-prima do cineasta japonês Yasujiro Ozu, mostra a história de pais que vão ao encontro dos filhos, na capital japonesa, após 20 anos. Tudo no filme – sobretudo a fotografia – é tratado com extrema delicadeza e poesia. Foi em referência a esse filme que o novo livro de Cristiano Mascaro foi batizado. Homônimo, ele traz uma compilação de 80 imagens capturadas em Tóquio ao longo de 25 dias, noites e madrugadas. “Gosto de cidades, ainda mais de uma metrópole como Tóquio, que é cheia de surpresas. O sobressalto se dá mais por sua grandiosidade que por qualquer outra coisa. É o tipo de lugar no qual você se sente bem, porque sabe que será bem tratado”, afirma. Mascaro esteve em Tóquio três vezes nos últimos quatro anos. Para a realização desse projeto, ele aterrissou no Japão, em novembro de 2010, ao lado do amigo e editor Alexandre Dórea, da DBA, que publica o livro – com previsão de lançamento para junho. “Temos um senso estético bastante similar, e a experiência dessa viagem foi muito boa, o que reflete no trabalho de Mascaro. O resultado ficou absolutamente magnífico”, diz Dórea.

Os dois já têm juntos uma obra publicada pela editora DBA, Luzes da Cidade, com fotos de São Paulo. “A ideia de fotografar o Japão surgiu durante uma conversa informal sobre fazermos mais um livro juntos. O Mascaro falou: ‘Vamos para Tóquio’?”, conta Dórea. Mascaro relembra que, na ocasião, ficou surpreso com o entusiasmo do editor. “Falei só para dizer uma coisa engraçadinha e a viagem acabou dando certo!”.

Na primeira semana em Tóquio, a dupla contou com a assessoria da amiga Mari Hirata, chef de cozinha brasileira que vive em Tóquio há quase 30 anos (veja página 80) e assina texto no livro Viagem a Tóquio. “Estávamos hospedados em um hotel ryokan, tradicional japonês, com quarto de tatame, onde você dorme em camas de futon e não tem TV nem telefone. Ficamos mergulhados no Oriente sem lenço nem documento, no sentido de que não tínhamos horário para nada”, conta Dórea. O jet lag contribuiu para que acordassem sempre muito cedo, às vezes de madrugada, para fotografar. “A cidade está sempre acesa, é muito iluminada. Quando estávamos lá, tentávamos imaginar de onde vinha tanta energia. Após o tsunami, descobrimos”, completa Dórea.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.