O caminho até Machu Picchu
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Dias antes do caos que virou a região de Machu Picchu, no Peru, fiz a Trilha Salkantay até Aguas Calientes, do dia 11 até o dia 14 de janeiro. A rota é uma alternativa ao caminho Inca, tradicional percurso que leva turistas até a cidade inca, e um pouco mais difícil com relação ao esforço físico. Foram 70 km em três dias. No terceiro, chegamos, dois amigos, o guia e eu, na cidade de Aguas Calientes. A última caminhada foi exatamente sobre os trilhos da ferrovia que está bloqueada e hoje isola milhares de turistas na região (leia abaixo). No dia seguinte, 14 de janeiro, depois de uma noite em um hotel em Aguas Calientes, fomos de van até as ruínas de Machu Picchu. Essa é a diferença dos caminhos Inca e Salkantay. No primeiro, chega-se às ruínas da cidade inca no quarto dia de caminhada, enquanto que no segundo há um descanso antes de se conhecer Machu Picchu.

Durante o caminho de Salkantay, encontrei um pouco das condições climáticas que levaram aos deslizamentos de terra e bloqueio da estrada de ferro. Muita chuva, rios cheios (o Urubamba, que destruiu a ferrovia, estava bem cheio) e vários trechos com água. Em um deles, descalço, atravessei uma pequena, mas forte queda d’água. À minha esquerda, uma minicachoeira. À minha direita, uma ribanceira de 80 metros. A água gelada faz até você esquecer que está próximo de um abismo. O segundo dia de trilha foi feito inteiro sob chuva e vento fortes. Caminhadas das 6h da manhã até 18h, com pausas para descanso e almoço. A experiência vale, sim, mas é preciso ter preparo físico para enfrentar a caminhada. Há situações bem difíceis, nas quais é preciso também um pouco de equilíbrio mental para superar.

Resgates em Machu Picchu

Depois do clima tenso na terça-feira (26), com muitas informações desencontradas, a situação começa a melhorar na região de Machu Picchu, no Peru, onde quase mil turistas estão ilhados por causa de enchentes, deslizamentos de terra e transbordamento do Rio Urubamba, que isolaram a população, bloqueando a única estrada de ferro que dá acesso ao local. Nesta quarta-feira (27), segundo informações de agências internacionais, helicópteros do governo peruano resgataram 475 turistas da região. Até o fim do dia, há a expectativa de resgatar mais 800 pessoas.

Segundo informações do portal R7, a Embaixada do Brasil em Lima confirmou que quatro brasileiros foram resgatados no grupo dos primeiros 475 turistas. Os brasileiros resgatados são: Geni Bassa da Silva, Norma Chavez, Deliane de Queiroz e o menino Artur Ramos, de 10 anos de idade. A embaixada também afirmou que há entre cem e 200 brasileiros ilhados na região e disse que enviou um cônsul honorário e mais dois diplomatas para ajudar os turistas.

Até agora, foram confirmadas 10 mortes na região. Uma turista argentina e um guia turístico peruano morreram em um dos acampamentos da Trilha Inca, que leva até as ruínas de Machu Picchu. Lucila Ramballo, a argentina de 23 anos, morreu na segunda-feira (25), na região de Wiñay Huayna, depois de um deslizamento de terra. O guia Washington Huaraya morreu na terça, em um trecho da trilha conhecido como Inti Punku. Além deles, foram registradas mais oito mortes em Cuzco, por causa das chuvas.


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