Aos 87 anos, morre Ariano Suassuna

Ariano Suassuna não resistiu ao acidente vascular cerebral (AVC) sofrido nesta segunda-feira, dia 23. Internado no Hospital Português do Recife, havia passado por uma cirurgia para drenagem do sangramento cerebral. Em coma, respirando por aparelhos, o autor da peça O Auto da Compadecida (1955) e de O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971), entre muitas outras obras, morreu na UTI do hospital nesta quarta-feira.

Na sexta-feira, dia 18, o romancista, poeta e dramaturgo paraibano, de 87 anos, havia dado uma aula-espetáculo sobre o compositor Capiba no Festival de Inverno em Garanhuns. No dia 16, quarta-feira, esteve em Salvador, onde ministrou aula aberta do Teatro Castro Alves.

Sua saúde estava já bem fragilizada – o AVC foi o terceiro e derradeiro golpe em pouco tempo. No dia 21 de agosto do ano passado, Suassuna teve um infarto do miocárdio, e foi submetido a um cateterismo, tendo ficado seis dias internado. Pouco depois voltou ao hospital, por conta de um aneurisma, que o deixou mais uma semana sob cuidados médicos.

Hoje, o escritor Válter Hugo Mãe, admirador de Ariano, a quem conheceu em Olinda, havia colocado em sua página no Facebook: “deus deixou de ser brasileiro. que os homens acudam este ariano tão precioso. 

Ariano Suassuna tem uma obra vasta, do romance ao teatro, tendo sido indicado pelo Brasil ao Prêmio Nobel de Literatura no ano passado. Além disso, tem vários textos adaptados para o cinema e a televisão, como o longa O Auto da Compadecida, dirigido por Guel Araes e lançado em 2000, e a minissérie A Pedra do Reino, com direção de Luiz Fernando Carvalho, exibida na Rede Globo em 2007.

Figura vibrante e dinâmica, conquistava plateias por onde passasse, tanto com suas peças, quanto com seus discursos e aulas- espetáculo. Não à toa, o crítico Sábato Magaldi considerava O Auto da Compadecida “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.

Ariano também ficou conhecido por sua defesa das formas tradicionais do folclore nordestino, principalmente a partir do Movimento Armorial, que ajudou a criar e difundir nos anos 1970. Ficaram famosas suas polêmicas com a turma do manguebit, como Chico Science e a Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, que não aprovava. 

 


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