Um dos prêmios de maior prestígio no meio cultural, o APCA, escolheu em assembleia realizada na noite de segunda-feira (13), no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, o que de melhor se fez nas artes (Cinema, Artes Visuais, Teatro, Teatro Infantil, Rádio, Televisão, Música, Música Erudita, Literatura, Dança e pela primeira vez a categoria de Arquitetura) no ano de 2010. A festa de premiação vai acontecer no primeiro trimestre do próximo ano, no SESC Pinheiros, em São Paulo, mesmo local da premiação deste ano.- Para ver a lista completa de vencedores, clique aqui.Observações sobre alguns vencedoresDas 11 categorias do prêmio APCA, Cinema, Teatro, Literatura, Televisão e Música Popular sempre despertam mais atenção. Em Cinema, o vencedor de melhor filme foi Antes Que o Mundo Acabe, com olhar adolescente, mas bem adulto, da diretora Ana Luiza Azevedo. As Melhores Coisas do Mundo abocanhou dois prêmios (diretora, a premiadíssima Laís Bodanzky, e roteiro, para o marido de Laís, Luiz Bolognesi). [nggallery id=14094] O filme de Ana Luiza Azevedo tem muitos méritos, mas os jurados deixaram de lado outros longas-metragens que, mesmo não fazendo sucesso de público, eram mais ousados e criativos que Antes Que o Mundo Acabe. Por exemplo, O sol do meio-dia, de Eliane Caffé, com sua história árida, no bom sentido, de pessoas em busca de um rumo. Muito da força do filme se deve a dupla de protagonistas, os atores Chico Diaz e José Carlos Vasconcelos. Ambos estão excelentes poderiam ter sido escolhidos como melhores atores, o que não aconteceu. O prêmio recaiu sobre o mais óbvio, o ator Wagner Moura, pelo filme de maior bilheteria da história do cinema nacional, Tropa de Elite 2, de José Padilha.A escolha de melhor atriz surpreendeu a todos, pois ficou com a bela e talentosa Ana Paula Arósio, pelo desempenho de uma lésbica no delicado Como Esquecer, de Malu de Martinho. Entre a escolha mais que acertada dos jornalistas que votaram em Cinema, cabe destacar o prêmio de melhor documentário para o magistral Terra Deu, Terra Come, de Rodrigo Siqueira, sobre memória, tempo esquecido, tradições e sua discussão entre ficção e realidade.Os jornalistas que votaram em Literatura tiveram muito trabalho para escolher os vencedores, já que o ano teve bons livros de romance (a categoria mais difícil de escolher) e poesia. O vencedor de melhor romance foi Minha Mãe se Matou sem Dizer Adeus, de Evandro Affonso Ferreira, lançado pela editora Record. Ferreira é um dos mais originais e geniais escritores contemporâneos, que traduz o mundo pelo viés da reflexão e não pela discrição. Os teóricos e pesquisadores Alfredo Bosi e Boris Fausto venceram nas categorias Ensaio/Crítica e Biografia/Autobiografia, respectivamente, pelos livros Ideologia e Contra Ideologia e Memórias de Um Historiador, ambos publicados pela Cia. das Letras. A nossa poeta do cotidiano, Adélia Prado, que não lançava um livro de poesia há mais de dez anos, ganhou com A Duração do Dia.Na categoria Música Popular e Televisão, cabe destacar os premiados Arnaldo Antunes, que venceu com o disco Ao Vivo Lá em Casa, Martinho da Vila e Teresa Cristina, os melhores cantores, além do prêmio de Melhor Projeto Música para o programa Som Brasil, um verdadeiro oásis dentro da mediocridade dos programas de auditório das TVs abertas. Ainda em Televisão, outras boas escolhas ficaram para o prêmio de melhor atriz para Irene Ravache, pelo seu papel de perua em Passione, da TV Globo, e para o seriado A Cura, de João Emanuel Carneiro.Pela primeira vez, os profissionais de arquitetura foram premiados no APCA, categoria que entrará em definitivo na premiação da Associação. Os vencedores deste ano foram:Obra de Arquitetura em São Paulo: CEU Guarulhos Pimentas, Guarulhos-SP, dos arquitetos Mario Biselli e Arthur Katchborian.Obra de Arquitetura no Brasil: Sede do Sebrae Brasília, Brasília-DF, dos arquitetos Álvaro Puntoni, Luciano Margotto Soares, Jonathan Davies e João Sodré.Obra de Arquitetura no Exterior: Museu da Memória e dos Direitos Humanos, Santiago (Chile), dos arquitetos Mario Figueroa, Lucas Fehr e Carlos Dias.
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