Após mais de 1 milhão saírem às ruas, atos continuam nesta sexta

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Mais de 1 milhão de pessoas tomaram as ruas do Brasil nesta quinta-feira, dia 20. Há muito tempo o País não via algo parecido. O que começou com atos contra o aumento das tarifas dos transportes públicos se tornou uma série de protestos por motivos diversos: contra a corrupção, a PEC 37, o gasto de verbas públicas na Copa etc. O que começou com atos organizados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e encampado inicialmente por partidos de esquerda passou a reunir até skinheads e grupos de pessoas radicalmente contra as organizações políticas. Nesta sexta-feira, atos devem tomar as ruas de mais de 60 cidades pelo Brasil, mas não serão mais organizados pelo MPL, que se disse contra a pauta conservadora de manifestantes.

Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, um participante de protesto morreu atropelado, em gesto intencional de um motorista, em um dos mais violentos acontecimentos do dia. No Rio, mesmo após o anúncio de redução da tarifa, a manifestação reuniu 300 mil pessoas, e registrou conflitos entre ativistas e a polícia e entre os próprios manifestantes. Membros da CUT (Central Única dos Trabalhadores) tiveram que se retirar, após ouvirem os gritos contra partidos.

Em São Paulo, mais de 100 mil participaram do ato, um dia após a redução do preço do ônibus. Manifestantes de esquerda também sofreram represália. Muitos vestiam camisas verde e amarela, e cantavam gritos nacionalistas. Governantes, de Dilma a Alckmin, foram alvos do protesto. A presidenta cancelou viagem ao Japão e convocou reunião de emergência com alguns ministros nesta sexta, em Brasília. A Capital Federal foi, justamente, o palco de um dos atos mais violentos. Após tentarem entrar no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, manifestantes depredaram o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

Futebol ameaçado

Nas manifestações realizadas em Salvador, também nesta quinta, confrontos entre manifestantes e polícia foram registrados nos arredores do estádio da Fonte Nova. O protesto migrou para a região do hotel onde membros da Fifa estão hospedados e alguns manifestantes jogaram pedras sobre dois ônibus oficiais da entidade. Houve também uma tentativa de invasão ao hotel, contida pelo Batalhão de Choque.

Após todos os acontecimentos, a continuidade da Copa das Confederações está ameaçada. A Fifa deu um ultimato ao governo brasileiro: ou as autoridades nacionais garantem a segurança dos jogadores, comitivas e membros da imprensa internacional que estão no Brasil, ou irá cancelar a realização do evento. Um dos objetivos da reunião de Dilma, nesta sexta, é encontrar subsídios para convencer a Fifa de que é possível realizar os torneios mundiais no País em segurança.


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