Os jovens foram a linha de frente na maioria dos processos de transformação política, social e econômica da história da humanidade. E por aqui não foi diferente. Há exatos 30 anos, quando no Brasil se padecia, já havia um longo tempo, sob uma ditadura militar, foram os estudantes que retomaram os protestos que levaram finalmente à queda do regime.

O ano de 1977 marca o início do fim do autoritarismo. Fatores que minaram as energias do regime militar – que já durava 13 anos e estava no seu quarto general-presidente, Ernesto Geisel – se tornaram claros naquele ano. Primeiro foi a economia. O “milagre econômico”, orgulho dos militares, começou a fazer água. Depois veio o fogo amigo. Os generais, que já não se entendiam muito bem, começaram a brigar entre si. Enquanto uns, como Geisel, prometiam uma abertura política, outros, como Sylvio Frota, seu ministro do Exército, relutavam em devolver o poder aos civis, mesmo que de maneira lenta, gradual e segura. No auge da brigalhada, em outubro daquele ano de 1977, Geisel demitiu Frota.

O inimigo visível de então, a ditadura militar, mostrava sinais de fraqueza e quem primeiro percebeu e se aproveitou disso foram os jovens. Os estudantes começaram a se reunir e a tomar as ruas, como mostra a foto desta página. Naquele ano, imagens como essa se tornaram rotina. Os jovens de então foram o elemento catalisador de um processo que engajou toda a sociedade brasileira. Desde os metalúrgicos de São Bernardo do Campo até os sociólogos da USP, o Brasil inteiro se uniu em uma luta política que levou, finalmente, à derrota dos militares – João Baptista Figueiredo, o quinto e último general-presidente, largou o poder no dia 15 de abril de 1989 – e à implantação do regime democrático em que atualmente vivemos.

E hoje? O que pensam nossos jovens? Na ausência de um inimigo comum, como havia 30 anos atrás, quais são suas preocupações? Quais são seus sonhos? O que querem para seu futuro? Para responder a essas perguntas, Brasileiros e o Ibope Inteligência saíram a campo e o resultado você verifica na página 38 desta edição.


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