Neste domingo, dia 16, o arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, divulgou uma nota na qual repudia práticas da campanha de Celso Russomano (PRB) à Prefeitura de São Paulo. Na nota, dom Odilo chama de “cabresto eleitoral” a atitude de alguns ministros religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus que pedem votos ao candidato do PRB durante os cultos.
“Entendemos que o voto dos cidadãos é livre e não deve ser imposto aos fiéis, como por ‘cabresto eleitoral’, pelos ministros religiosos; nem devem nossos templos e organizações religiosas ser transformados em ‘currais eleitorais’, reeditando práticas de uma política viciada, que deveriam estar superadas”, diz o arcebispo. “A manipulação e instrumentalização da religião, em função da busca do poder político, não prometem ser um bem para a sociedade e não são coerentes com os princípios da liberdade de consciência”, completa.
Dom Odilo também deixa claro que a arquidiocese orienta os seus fiéis a participarem da eleição, mas que jamais indica candidatos. “Reiteramos nossa orientação para que os fiéis católicos votem de maneira consciente, livre e responsável, e de acordo com os princípios e valores que orientam suas próprias vidas e da fé que abraçam”, afirma dom Odilo.
Na quinta-feira, dia 13, a arquidiocese de São Paulo já havia publicado uma nota de repúdio no seu site a um artigo do presidente do PRB – e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus – Marcos Pereira, relacionando a igreja católica com o material didático anti-homofobia que ficou conhecido como “kit-gay”. A arquidiocese afirma que o artigo revela “destempero” do ex-bispo e “cheira à intolerância religiosa”. O artigo, escrito por Marcos Pereira em 2011 para seu blog, voltou a circular na internet na última semana.
Sobre o assunto, dom Odilo afirma que “é inaceitável que na campanha eleitoral se fomente um clima de intranquilidade entre os cristãos das diversas comunidades e denominações, que convivem na cidade de São Paulo”.
Deixe um comentário