O ex-secretário de planejamento de São Paulo e um dos mais importantes urbanistas brasileiros, Jorge Wilheim, morreu na madrugada desta sexta-feira, em São Paulo, aos 85 anos de idade. Desde dezembro, Wilheim estava internado após sofrer um acidente de carro. O velório acontece no Hospital Albert Einstein até as 14h. O enterro será realizado no Cemitério Israelita, no Butantã, previsto para as 14h30.
Nascido na cidade italiana de Trieste, em 1928, o arquiteto se mudou com a família para ao Brasil quando tinha 12 anos. Em São Paulo foi responsável por projetos cartões postais da cidade, como o Vale do Anhangabaú, o Parque Anhembi e o Pátio do Colégio.
Wilheim dedicou 60 anos à arquitetura e ao urbanismo. Foi formulador do chamado “planejamento estratégico”. Uma de suas contribuições pioneiras foi a criação dos Planos Diretores. Também foi responsável por mais de 20 planos urbanísticos, como os da capital paulista, Campinas, São José dos Campos, Goiânia, Natal e Curitiba.
O arquiteto também se destacou na vida pública, quando organizou a Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo. Lá, estruturou a Fundação Florestal, três institutos de pesquisa (Florestal, Botânico e Geológico) e a Polícia Florestal. Foi também responsável pela implantação do programa PróAlcool.
Também foi secretário de Economia e Planejamento do estado de São Paulo (1975-1979), e duas vezes secretário de Planejamento da capital paulista (nas gestões Mário Covas e Marta Suplicy). No governo de São Paulo, criou o Procon, a Fundação Seade, da EMTU e o “Passe do Trabalhador”, hoje conhecido como Vale Transporte.
Wilheim também foi pioneiro ao criar o Plano Diretor Estratégico e os 31 planos estratégicos das subprefeituras de São Paulo. Também foi escritor e seu último livro, lançado em 2011, se debruçava sobre a cidade que ajudou transformar. “São Paulo: uma interpretação” (Editora Senac) foi premiado pela Academia Paulista de História. Wilheim era casado, deixa dois filhos e netos.
Em julho de 2013, Brasileiros traçou um perfil completo do arquiteto. “Trabalho com a imaginação, penso em uma coisa que não existe”, disse ao repórter Gonçalo Junior. Na matéria, Wilheim relembra desde os primeiros anos no Brasil, o início da carreira em São Paulo, a sua relação com a academia, o entusiasmo e a vontade de viver.
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