Arte!Brasileiros na arteBA

Fotos Divulgação

A feira arteBA, uma das mais importantes da América Latina,  abre seus portões nesta sexta-feira, dia 18, na cidade de Buenos Aires, na Argentina, trazendo grande diversidade de temas, expressões, experiências para agradar a galeristas, colecionadores, artistas e público amante das artes. Na sua 21 edição, o evento – que acontece até o dia 22 de maio – promete movimentar o setor e promover a arte da região no mercado mundial.

Tripas, pólvora e arte contemporânea

A galeria argentina Ignacio Liprandi Arte Contemporaneo traz arte conceitual à arteBA. Com trabalhos feitos em materiais alternativos como carne, sangue e vísceras bovinas, pólvora , madeira e fios, os artistas que expõe na Liprandi propõe um novo olhar sobre a beleza e as formas.

Em suas obras, a artista e arquiteta Cristina Piffer mistura acrílico, aço inox, parafina, água e vidro com vísceras bovinas, gordura e sague animal seco. A sua bela Serie de Trenzados (ou Série de Trançados), de 2002, exposta na feira, é feita seguindo rigorosamente as instruções de um famoso manual de “trenzas gauchas” argentino. Mas, ao invés de cordas dos vaqueiros e seus cavalos, a trança é feita com tripas e aço inox colocadas ordenadamente em caixas de vidro conservadas em água e formol.

A obra Sem Título, de 2002, da Serie Tranzados

Piffer também mostra sua visão irônica da construção do “campo argentino” na historia agropecuária da sociedade argentina do século XIX. Com gordura e parafina, ela esculpe formas e símbolos da oligarquia rural argentina que extrapola as práticas dos matadouros na manutenção do seu status quo. Na obra SRA, de 2003, ela reproduz as grades dos tradicionais portões da Sociedade Rural Argentina, sede que fica no bairro aristocrático de Palermo, em Buenos Aires.

Detalhe da obra SRA (2003)

Outro artista que inova nos materiais é Tomás Espina que traz figuras de pólvora, fuligem e cinzas em telas, papel e madeira. Suas gravuras são construídas a partir de imagens preexistentes, tirada de meios de comunicação ou compêndios da história da arte, que registram momentos de crise e perigo.

Tomás Espina

Claudia Fontes usa varetas de madeira para construir a escultura Montaña – El momento del derrumbe revela puntos claves de la construcción (Montanha – O momento da demolição revela pontos chaves da construção, em tradução livre), de 2009 a 2011. Entrelaçadas, as varetas formam a frase e uma estrutura que permite a passagem de luz e compõe com a sua sombra uma bela imagem. Os trabalhos da artista são composições com madeira, aço inox, linha, tela, pedra, pástico, porcelana e algodão. A escultura de Claudia foi reservada nesta sexta-feira, dia 18, pelo Malba – Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires.

Montaña – El momento del derrumbe revela puntos claves de la construcción (2009 – 2011)
Detalhe da escultura Montaña

Veja imagens do evento

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Inauguração

Na concorrida inauguração para convidados, que aconteceu nesta quinta-feira 17, centenas de argentinos e estrangeiros prestigiam arteBA e puderam apreciar e comprar as obras dos galeristas expositores em primeira mão. O som ambiente  e as mais de 1800 garrafas de espumante Chandon que foram abertas completavam o tom de descontração que tomou a noite.

 

Pavilhões

Este ano, os pavilhões apresentam uma arquitetura que prestigia altos painéis nos stands, o que permite uma melhor apreciação das obras. Em seus espaços, cada galerista tem a oportunidade de expor o que tem de mais expressivo em seu acervo.

Inauguração para convidados

Arte contemporânea e surrealismo

A tradicional galeria de arte argentina Ruth Benzacar, que está presente em todas as exposições internacionais traz à arteBA grandes nomes da arte . Na galeria, o colecionador tem à sua disposição desde o painel de arte contemporânea “Triptych with levitating rabbit” (2008) de Liliana Porter até uma pintura a óleo surrealista de Roberto Aizenberg datada de 1954 sem nome.

Triptych with levitating rabbit (2008) de Liliana Porter

 

Arte jovem

Nesta edição, o Barrio Joven Chadon, que há sete anos reúne galerias que promovem jovens artistas latino-americanos na arteBA, traz 75 obras selecionadas pelo comitê integrado  pelo brasileiro Akio Aoki, diretor da Galeria Vermelho, de São Paulo; o artista argentino Diego Bianchi e a curadora argentina Eva Grinstein. Além dos stands, o bairro conta com um espaço de confraternização que é obra do escultor argentino Paulo Reinoso com lounge e bar Chandon que propõe além da descontração, uma experiência artística com faixas reflexivas no teto e grandes sofás prateados.

Barrio Joven Chandon na inauguração do arteBA


 

 




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