Uma verdadeira operação de guerra aeronaval, envolvendo aviões, helicópteros e navios e centenas de homens está sendo efetuada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Marinha na busca ao Airbus A330-200 da Air France desaparecido no meio do Oceano Atlântico. As aeronaves da FAB são dois aviões Bandeirante (um equipado para patrulha marítima), dois aviões Hércules, um avião Amazonas, um helicóptero Blackhawk e um helicóptero Super Puma. As bases centralizadoras das operações serão Fernando de Noronha e Natal, pela proximidade do local onde o avião desapareceu, a cerca de 700 km do arquipélago.
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A Marinha, por sua vez, já enviou três navios: o navio patrulha Grajaú, que saiu de Natal na manhã desta segunda-feira (dia 1º), devendo chegar à área das buscas na terça-feira à noite, a corveta Caboclo, que saiu de Maceió, também pela manhã, e chegará ao local na noite do dia 3, e a fragata Constituição, que havia chegado a Salvador depois de participar da Unitas Gold, uma manobra naval multinacional, saiu nessa tarde da capital baiana e chegará também na região onde se realizarão as buscas na noite de terça. A Constituição leva embarcado um helicóptero Lynx que também será empregado nas buscas. Segundo informações oficiais da Marinha, a fragata Bosísio e o navio-tanque Gastão Motta já estão prontos para zarpar rumo à área para reforçar as buscas. A presença do navio-tanque perrmitirá que as buscas possam prosseguir por muitos dias, sem interrupção.

Segundo a FAB, os aviões e helicópteros já iniciaram as buscas, a partir do ponto de onde o Airbus, pela última vez, enviou a mensagem informando sobre problemas técnicos. Uma das primeiras medidas adotadas, além da busca sobre a área central, foi determinar a um dos Hércules C-130, que fazia uma escala em Las Palmas, nas Ilhas Canárias, rumo à Europa, seu regresso ao Brasil para fazer em rumo inverso, a rota do Airbus. Navios mercantes navegando pela região foram contatados pela Marinha para ajudar nas buscas. Quatro navios confirmaram que estavam prontos para ajudar nas buscas, sem nenhum resultado até agora.

O Airbus A330-200 da Air France continua desaparecido desde a madrugada de segunda-feira (1º), quando realizava o voo AF 447, do Rio de Janeiro a Paris. O avião com 216 passageiros e 12 tripulantes (82 mulheres, 126 homens, sete crianças e um bebê) decolou do aeroporto do Galeão às 19h do domingo com destino ao aeroporto Charles de Gaulle, na capital da França, onde tinha chegada prevista para às 6h15 desta segunda-feira.

O último contato com o controle aéreo do Brasil aconteceu às 22h33 do domingo (31), com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III), em Fernando de Noronha (PE). O comandante informou que chegaria ao espaço aéreo Dacar-Senegal às 23h20. No entanto, segundo a Air France, às 23h14, o avião emitiu mensagem automática de pane elétrica, o que fortalece a hipótese de um raio ter gerado o acidente.

Apesar de informações insuficientes para saber a exata localização do Airbus A330, Brasil e França realizam buscas da aeronave. Com aviões, a França concentra a procura em área situada entre as águas brasileiras e as ilhas de Cabo Verde, na África. Já no Brasil, buscas são feitas com aviões e, a partir de terça (2), também com embarcações.

Com embarcações ou aviões, encontrar o Airbus A330 da Air France é muito difícil, quase impossível, principalmente porque não se sabe a correta posição onde, supostamente, a aeronave caiu. Caso o Airbus seja localizado, ainda assim, a busca por destroços ou corpos é complicada. Um trabalho de mergulho, por exemplo, é inócuo, pois o avião está há quase 20 horas desaparecido. Se existem partes da aeronave, estão a uma profundidade inatingível por mergulhadores, por exemplo.

O mergulhador Breno Lúcio, da escola Noronha Divers, na ilha de Fernando de Noronha, disse ao site da Brasileiros que o resgate por mergulho do Airbus A330-200 da Air France, que desapareceu na madrugada de segunda-feira (dia 1º), é quase impossível.

Para ele, mesmo que o avião seja encontrado, os restos já estão no fundo do Oceano Atlântico. “O resgate com mergulho é feito quando se sabe onde está a embarcação ou avião. No caso desse Airbus, já passou muito tempo e fica muito difícil encontrar algo numa profundidade de acesso praticamente impossível para mergulho”, disse Lúcio.

Com equipamentos, o recorde de profundidade que uma pessoa atingiu em mergulho autônomo é de 318,25 metros, do sul-africano Nuno Gomes. Essa profundidade foi alcançada com treino e estudo e por etapas, além do uso de equipamentos especiais. As profundidades nas prováveis regiões do acidente variam de 3 mil a 7 mil metros.

No início da noite desta segunda-feira, segundo o site do jornal O Globo, o governo do Senegal anunciou ter encontrado em seu mar territorial destroços que podem ser do Airbus da Air France. No entanto, ainda não havia confirmação oficial de que o material seja do avião da companhia francesa.


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