Desde 2001, é impossível não se lembrar desse dia com um frio na espinha e um aperto no coração. Foi nessa data que o World Trade Center, símbolo da imponência e soberania americana, foi abaixo após ser atingido por aviões. Até hoje, o fato é considerado o mais grave atentado terrorista da história dos EUA e um dos acontecimentos mais tristes da era moderna.
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Como não poderia deixar de ser, os atentados de 11 de setembro afetaram o planeta como um todo e, claro, de maneira individual e distinta a cada um que viveu a experiência, seja a distância de alguns quilômetros, divididos por oceanos ou por quem viu tudo, da sacada de sua casa.
O paulistano Duda Penteado, artista que vive em Nova York desde 1995, encaixa-se no último perfil. No fatídico 11 de setembro, Duda estava no terraço de seu ateliê, às margens do Rio Hudson, e perplexo acompanhou todos os acontecimentos. Evidentemente, o artista não foi mais o mesmo depois daquele dia, tanto pessoal quanto profissionalmente. Sua forma de ver e conceber a arte mudou.
“Foi tão forte aquilo que fiquei quieto durante mais de uma hora, só vendo as torres desmoronarem”, lembrou Duda. Em meio ao desespero, ele não se lembra mais do que aconteceu naquele dia. Em estado de choque, apagou de sua memória os acontecimentos que sucederam o atentado.
O artista também falou sobre a angústia de não ter notícias de ninguém, principalmente de sua irmã, que morava a duas quadras do World Trade Center, mas, felizmente, saiu ilesa. “Aquela experiência mudou a minha vida, mudou a minha forma de ver o mundo. Eu entendi que qualquer um pode morrer a qualquer hora. O mundo que a gente vive hoje faz com que essas coisas independam de fatores como luxo, dinheiro… Pode acontecer em qualquer local”, analisa.
Tudo isso pode ser visto no seu Beauty For Ashes Project (Projeto das Cinzas à Beleza), exposição que terá a abertura no sábado, nono aniversário do atentado, no SESC Pinheiros, em São Paulo. A exposição, que vai até o dia 2 de outubro, é rica e não se limita a apenas entreter os olhos. Tem o objetivo de conversar e compreender a maneira como reagem e se comportam diferentes sociedades de acordo com o meio onde foram constituídas.
Exemplo disso é o Mural Conceitual, que será erguido aos olhos do público pelo artista e alguns alunos da UNESP. O grande objetivo da iniciativa é evidenciar o processo de criação artística em torno do contexto social, econômico e político, a partir de uma visão local para o global. Ao término da exposição, no início de outubro, o mural será doado para o acervo da UNESP.
Outra ideia interessante da exposição de Duda Penteado é o Painel Interativo, no qual, a partir de um desenho do artista, os visitantes serão convidados a expor o seu entendimento e impressão sobre o assunto.
Além das iniciativas colaborativas, o público também terá a oportunidade de assistir a vídeos com depoimentos sobre o atentado e também relatos de sobreviventes. O Memorial Beauty for Ashes, escultura de Duda Penteado feita a partir de destroços do desastre, também estará exposta, juntamentre com a pintura de mesmo nome, considerada a Guernica do novo milênio. “Logo após o atentado, me perguntei qual seria o legado que deixaria como artista plástico, caso morresse amanhã. A imagem do Picasso veio à minha cabeça e resolvi elaborar uma obra como um relato histórico”, conta Duda.
A abertura do Beauty For Ashes Project, no sábado,terá ainda palestras de George Preston, crítico de arte e professor emérito de História da Arte no City College – City University of New York, e Carlos Hernandez, reitor da New Jersey City University e ex-presidente da Associação Americana das Faculdades e Universidades Públicas dos Estados Unidos.
Para recordar o triste fato, vale conferir a exposição de Duda Penteado.
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