Olha aqui, brasileirada: pode parar com os planos para as Olimpíadas de 2016. Joga fora os projetos, nem comece os trabalhos, deixe de comemorar. É melhor vocês irem para a praia, pegar um bronze enquanto é tempo, tomar um barril de chope gelado e relaxar. Segundo o Calendário Maia, o mundo vai acabar no dia 21 de dezembro (ou talvez no dia 23, não está bem certo) de 2012. Portanto, só vai dar para competir nos jogos de Londres – que caem meses antes do apocalipse. E, pelo que se pode ver no filme da Sony (2012, claro!), uma das primeiras maravilhas do mundo a espatifar-se será o Cristo Redentor. O Rio vai ser tragado pelas águas. Os únicos esportes que seriam possíveis integram a categoria “aquática”. O resto do planeta também seguirá pela descarga abaixo. A única boa notícia é que o cataclisma cairá num domingo – ou numa sexta-feira, ainda está para ser decidido exatamente.
Segundo os arqueólogos, o Calendário Maia começou no dia 11 (ou 13, eles não sabem direito) de agosto de 3114 a.C. E vem mostrando eventos cósmicos desde então. Em 21/12/2012 (ou 23/12/2012) acaba-se o Baktun – um ciclo completo deste mundo. Neste dia, os planetas do Sistema Solar estarão alinhados com a constelação Plêiade – que é o centro da galáxia. Daí, o mundo vai para o beleléu. Quem se der ao trabalho de ir buscar a data na internet, verá milhares de textos sobre o portentoso evento. Tem desde astrônomos e astrólogos, até gente que não sabe nem falar espanhol, mas que de uma hora para outra está lendo e entendendo a língua maia melhor do que Hunahpu (um dos irmãos gêmeos que criaram o mundo, segundo aquele povo). Parece que a maioria dessa enorme turma de crentes do apocalipse concorda que vamos mesmo para o inferno. Ainda que o dia preciso esteja em disputa.
Os estúdios Sony, acham que dá para ganhar muita grana antes da recessão econômica derradeira. Chamaram o diretor Roland Emmerich (o mesmo que fez Dia da Independência e O dia depois de amanhã) para concatenar um filme, que estreará em novembro próximo. E sabe como é o Roland: ninguém destrói o mundo melhor do que ele. O cara não pode ver um computador de efeitos especiais de imagens que já vai derrubando a Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade e as pirâmides do Egito. Desta vez, ele caprichou em obliterar o nosso Cristo. Fez mais: transformou o Pão de Açúcar em atração submarina. Mas sua bronca não ficou restrita apenas aos encantos da Cidade Maravilhosa. Todas as municipalidades perto da água viraram Atlântida. E não adianta fugir para as montanhas, pois o toró de meteoros arrasará até guarda-chuvas de titânio. O planeta inteiro vai ficar como a Indonésia, onde todo dia tem terremoto, maremoto, tufão, ciclone, e garoa brava.
Pelo visto, só vai sobrar o John Cusack, o filho dele e uma mocinha, com quem ele (o John, não o moleque) faz porcaria. É preciso estar muito a perigo, para transar num clima daqueles. É verdade que sobrevivem também uns gatos pingados, que é para começar o mundo tudo outra vez. Mas, pelo visto, ninguém ali estará disposto a competir numa Olimpíada. Imagine a quantidade de rodos para puxar a água de uma cidade submersa. Além disso, no Brasil só vão sobrar os políticos que, como se sabe, não afundam. E com estes, não dá para contar. Talvez seja melhor a gente pegar a grana dos jogos e fazer um carnaval que dure dois anos e meio. No fim do Calendário Maia, vai estar todo mundo de fogo.
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