As pisadas na bola definem o 2º turno

Se as ondas formadas ao final do primeiro turno foram confirmadas pelas pesquisas na abertura do segundo, agora, na reta final, são as pisadas na bola dos candidatos que estão definindo quem vai ganhar e quem vai perder.

Segundo as últimas pesquisas Datafolha e Ibope, divulgadas na noite de quarta-feira, das três ondas que o Balaio vislumbrou no dia seguinte à eleição de 5 de outubro, uma já está confirmada. Kassab abriu 18 pontos (54 a 36) de vantagem sobre Marta no Datafolha e 17 no Ibope (53 a 36).

No Rio, a disputa continua pau-a-pau: Paes passou três pontos à frente de Gabeira (44 a 41) no Datafolha e o Ibope dá empate: 43 a 43. É a eleição mais disputada e emocionante deste segundo turno.

A grande reviravolta aconteceu mais uma vez em Belo Horizonte. Leonardo Quintão, que chegou abrir quase 20 pontos de vantagem sobre Márcio Lacerda, na abertura do segundo turno, o que me levou a escrever que a fatura estava liquidada, agora está 5 pontos atrás (45 a 40) no Datafolha e apenas um (45 a 44) à frente no Ibope. Uma semana atrás, ele tinha 10 pontos de vatagem no Datafolha e 18 no Ibope.

Como parece não haver mais tempo para novas ondas e reviravoltas, as campanhas do segundo turno nas três principais cidades do país apontam para uma característica comum: erros fatais dos candidatos, em momentos decisivos, estão definindo o jogo.

São Paulo – Sem uma estratégia para diminuir seu índice de rejeição, em torno de 30%, e ir além do índice histórico do PT na capital paulista, também na casa dos 30%, a campanha de Marta Suplicy resolveu partir para o ataque nos debates e nos programas de rádio e televisão, levantando questões sobre a vida pessoal de Kassab. Resultado: não só não diminuiu como aumentou a diferença para seu adversário.

Belo Horizonte – Com dois candidatos praticamente desconhecidos da maioria da população disputando o segundo turno, a eleição em Belo Horizonte virou uma gangorra, com ondas se sobrepondo, até que o eleitorado descobriu o caráter, a história e as companhias de Leonardo Quintão, do PMDB, que ganhou o abraço de urso de Newtão Cardoso. Márcio Lacerda, do PSB, mudou o comando e os marqueteiros da campanha, deixou seus grandes apoiadores Aécio e Pimentel em segundo plano, mostrou sua cara e sua história e, agora, tudo indica que virou o jogo de novo na reta final.

Rio de Janeiro – Quando parecia que iria surfar numa onda grande até a praia, Gabeira pisou na bola logo no começo do segundo turno ao chamar de analfabeta política e suburbana a sua aliada tucana Lucinha, vereadora mais votada da cidade, uma líder da zona oeste, onde o candidato era fraco. Perdeu tempo se explicando e pedindo desculpas. Para completar, acusou sambistas de apoiarem Eduardo Paes, do PMDB, em troca de um prato de feijão. Ao mesmo tempo, Paes partia para a baixaria total com panfletos apócrifos e pedradas para ganhar a qualquer preço. Resultado: os dois chegam empatados ao dia das eleições, com leve vantagem de Paes, que é apoiado por Lula e pelo governador Sergio Cabral, enquanto Gabeira contabiliza os apoios de artistas, celebridades e de Cesar Maia, aquele mesmo, o prefeito mais rejeitado do país.

Em tempo: o Balaio também pisou na bola ao dar como faturas liquidadas as eleições em São Paulo e Belo Horizonte logo no começo do segundo turno. Em São Paulo, acertou, mas em Belo Horizonte errou feio. O equilíbrio apontado nas eleições no Rio manteve-se até o final. Coisas do jogo. Agora vamos ver o que nos dirão as urnas no domingo. Chega de pesquisas e palpites. Agora quem manda no jogo é o eleitor soberano.


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