Ataque químico na Síria

A oposição síria acusou as forças do presidente Bashar al-Assad pela morte de 1.300 pessoas em ataques aéreos em distritos dominados pelos rebeldes, perto de Damasco, nesta quarta-feira (21). Segundo a denúncia, armas químicas foram utilizadas nos bombardeios. Foguetes com agentes tóxicos teriam sido lançados no subúrbio da capital síria, na região de Ghouta ocidental e oriental. O regime de Bashar al-Assad negou a denúncia e o exército alegou que o ataque foi forjado para encobrir as perdas dos rebeldes nos últimos meses. “As alegações de uso de armas químicas pelo exército sírio em áreas da província de Damasco são nulas, vazias e totalmente infundadas”, afirmou o exército em uma declaração lida por um oficial na televisão estatal. A Rússia, principal aliada do governo Assad, pediu investigações da ONU, mas atribuiu o ataque aos rebeldes, que estariam tentando, segundo Moscou, provocar uma intervenção internacional.

Lista foi feita denunciando os ataques (as imagens são fortes, muito fortes)

O Conselho de Segurança da ONU convocou nesta quarta-feira (21) uma reunião de emergência às 15h em Nova York (16h em Brasília) para discutir o fato. A denúncia acontece três dias após a chegada da missão das Nações Unidas destinada a investigar o uso de armamento químico no país. Os agentes investigam três acusações, feitas pelo regime sírio e a oposição, sobre a aplicação das armas no conflito de mais de dois anos.

A reunião foi convocada a pedido de Estados Unidos, Reino Unido, França, países com poder de veto aliados dos rebeldes, além de Luxemburgo e Coreia do Sul. O porta-voz da ONU, Eduardo del Buey, disse que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ficou chocado com a acusação. O chefe da organização também anunciou que a missão de observadores da ONU negocia com Damasco uma visita ao local do incidente. A vistoria na região foi pedida pelos países que convocaram a reunião, além de Arábia Saudita, Liga Árabe e União Europeia.

Os Estados Unidos condenaram as denúncias de uso das armas e mostraram preocupação com a notícia, mas não comentaram sobre ações mais enérgicas em relação à Síria. O uso comprovado de agentes químicos foi considerado pelo presidente Barack Obama como motivo para uma intervenção militar.

Para porta-voz da Chancelaria russa, Alexander Lukashevich, o ataque foi uma provocação da oposição síria devido à presença dos monitores. “Isso é justificado pelo fato de que este ato criminoso é cometido perto de Damasco no mesmo momento em que a missão da ONU está lá”.

Dados compilados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) indicam que 100 mil pessoas foram mortas desde março de 2011, quando começou o levante contra o presidente Bashar al-Assad. Quase 2 milhões fugiram para países vizinhos e mais de 4 milhões foram deslocadas internamente. Pelo menos 6,8 milhões pessoas necessitam de assistência humanitária urgente. 
 

Com informações AFP, Deutsche Welle, ONU, EFE.


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