Caríssimos, antes tarde do que nunca: os cardeais da Santa Sé finalmente acertaram uma! O Observatório Romano, jornal oficial do Vaticano, declarou com destaque que a igreja ofereceu seu perdão à blasfêmia e aos excessos dos anos de sexo, drogas e rock and roll protagonizados pela banda que um dia se autointitulou “mais popular que Jesus Cristo”. John Lennon e George Harrison, pelo visto, terão facilitados os trâmites celestiais para entrar no paraíso, devem estar contentes. Aliás, contentes e aliviados, pois Galileu Galilei, condenado no século XVII por afirmar que a Terra girava em torno do Sol – e não o contrário, só teve seu processo reaberto em 1992, 24 anos depois da chegada do homem à lua, e mesmo assim a absolvição ainda demorou sete anos! O Vaticano é assim mesmo. Pelo visto, a mania de mandar todo insatisfeito reclamar com o Bispo atravanca o andamento da papelada, tudo demora um pouco.
Fico só imaginando o que farão agora, depois que seu Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, tentando rebater o escândalo mundial em que se meteram por acobertar os abusos sexuais de padres pedófilos durante décadas, declarou que “Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não há relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram que há entre homossexualidade e pedofilia”. Há muito tempo o Vaticano não conseguia uma unanimidade como resposta mundial. Não apenas nós, homossexuais, mas políticos e ativistas de direitos humanos por todo o planeta exigem que o Cardeal apresente os estudos científicos em que se baseou. Não o fará, tais provas não existem, eles apelaram para o vale-tudo, e estão perdendo. Dias atrás tentaram virar o jogo comparando aqueles que os acusam de serem iguais aos antissemitas, mas sequer as vítimas do holocausto aceitaram essa linha de defesa.
Um relatório da Igreja Católica na Irlanda apontou cerca de quinze mil casos em sessenta anos, todos perpetrados por padres teoricamente celibatários contra crianças e adolescentes. Os fatos falam por si, e o passado não se apaga, se estuda. E o Vaticano? O imóvel é lindíssimo, mas os inquilinos merecem o despejo!
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