A Síria enfrentou mais um dia de violência neste sábado, 19. Um atentado suicida na cidade de Deir Ezzor, no leste do país, matou nove pessoas e deixou mais de 100 feridas. De acordo com a agência AFP, fontes locais informam que um terrorista detonou uma tonelada de explosivos em um carro-bomba carregado com uma tonelada de explosivos.
Um canal de televisão estatal exibiu imagens do local atingido que mostravam edifícios em ruínas, carros queimados e uma cratera causada pela enorme explosão. “Imóveis residenciais e prédios públicos e privados sofreram danos importantes no bairro de Massaken Ghazi Ayyach”, anunciou a emissora.
A oposição síria atribuiu a responsabilidade pelos ataques ao governo de Bashar al-Assad. Segundo o Conselho Nacional Sírio (CNS, a principal coalizão da oposição), todos os ataques que abalam o país nos últimos 14 meses são uma tentativa de “vingança” do regime, que fracassou nos esforços para impedir os protestos dos sírios, como os registrados na última sexta-feira, dia 18.
Já a TV estatal afirma que a explosão faz parte de “uma campanha financiada pela Arábia Saudita e pelo Quatar para derrubar Assad”.
A região atingida fica nas proximidades de um órgão de inteligência e um hospital militar. Um grupo de observadores da ONU, que está no país monitorando um cessar-fogo negociado internacionalmente, já foi até o local realizar uma inspeção. A cidade de Deir Ezzor não havia sido atingida pela violência que assola o país desde o início da revolta popular contra o governo.
Líderes do G8 discutem a crise na Síria
Os conflitos na Síria foram tema da reunião dos líderes políticos do G8 que aconteceu neste sábado, dia 19, em Camp David, nos Estados Unidos. O presidente francês Hollande disse que o grupo concordou em continuar a apoiar os esforços de paz na Síria liderados pelo mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan. “Insisti para que todos os participantes apoiem a missão de Annan para que os observadores possam fornecer proteção ao povo sírio dos seus líderes,” afirmou Hollande.
O governo norte-americano, porém, não vê saída da crise sem a renúncia de Assad. “Acreditamos que a mudança tenha que incluir Bashar Al-Assad deixando o poder”, disse o assessor da Casa Branca, Ben Rhodes.
Entenda o conflito
Desde março de 2011, a Síria vive uma guerra civil entre o governo do ditador Bashar al-Assad e opositores que exigem sua saída da presidência do país, mais liberdade de expressão e o fim das violações aos direitos humanos cometidas pelo atual regime. A oposição conta com o apoio do Free Syrian Army – Exército Sírio Livre – um grupo armado organizado por soldados desertores e manifestantes em resposta à repressão de Assad.
Organizações internacionais estimam que, nesses 14 meses, 10 mil pessoas morreram em atentados ou conflitos diretos. Em conjunto com a Liga Árabe, a ONU elaborou um plano de paz, liderado por Kofi Annan, com o objetivo de definir uma saída política para a crise no país. Desde então, grupos de observadores da ONU acompanham os conflitos.
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