Ateus, graças a Deus!

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Deus criador – Detalhe de A Criação de Adão, de Michelangelo. Desse modo, Deus teria concebido o homem e a vida na Terra

Deus, ao que consta, é cada vez mais brasileiro. Basta sintonizar o futebol na TV para ver jogadores de futebol evangélicos ou não, depois de marcarem um gol, ajoelharem-se e olharem em direção aos céus em agradecimento, como se lá houvesse algo além de nuvens. A leitura é clara: marca gol quem tem fé. E Deus retribui com glória. Na contramão, nunca foi tão difícil ser ateu como hoje, pela pressão midiática. Na TV, canal sim, canal não, aparece alguém falando em Deus ou em Jesus, lendo a Bíblia, com a intenção de provar que quem crê é do bem e tudo dará certo em sua vida, enquanto os que os negam vão para o inferno. Claro que, por trás disso, não muito sutilmente, o mesmo sujeito que prega fornece em poucos minutos o número da conta bancária para o depósito do dízimo.

No estudo Novo Mapa das Religiões, do IBGE, a partir do último censo, aqueles que admitem o ateísmo ganharam mais expressão, após décadas em uma escala bem reduzida dos que assumiam essa posição publicamente, de 0,2% a 1,8%. Foi assim até a década de 1980. Segundo o instituto, os sem religião, que inclui também os agnósticos, representam 6,7% da população brasileira, uma minoria em uma cultura de maioria cristã, porém não desprezíveis em representatividade. A maior concentração de ateus se dá em três capitais: Boa Vista (Roraima) registrou percentual de 21,1%, seguida de Recife e Rio de Janeiro, ambas com 13,3% da população.

Esse fenômeno tem sido notado na criação de grupos organizados em comunidades virtuais na internet, graças ao anonimato e à facilidade de se encontrar pessoas que pensam da mesma forma. Principalmente nas redes sociais. No Facebook e no Orkut existem centenas desses espaços que compartilham frases provocativas do tipo “a inspiração da Bíblia depende da ignorância da pessoa que a lê” ou “você ou pode aceitar a ciência e encarar a realidade ou pode acreditar em anjos e viver em um mundo infantil”. Em fevereiro do ano passado, foi realizado em Brasília e em outros 21 estados o Primeiro Encontro Nacional de Ateus. “Precisamos sair do armário, mostrar que somos bons filhos, pais, que a moralidade independe de uma crença”, disse na época à IstoÉ a estudante Stíphanie da Silva, de 22 anos, que se identificou como membro da Sociedade Racionalista, que organizou a ação. Participaram da iniciativa cerca de três mil pessoas, em debates, palestras, bate–papos e até shows de humor.

No livro Sobre o Céu e a Terra, Jorge Bergoglio, hoje Papa Francisco, fala dos ateus: “Quando me encontro com pessoas ateias, compartilho com elas as questões humanas, mas não toco de cara no problema de Deus, exceto no caso de falarem comigo sobre o assunto. Quando isso acontece, eu lhes conto porque acredito. O humano é tão rico para compartilhar, para trabalhar, que tranquilamente podemos complementar mutuamente nossas riquezas. Como sou crente, sei que essas riquezas são um dom de Deus. Também sei que o outro, o ateu não sabe disso. Não encaro a relação para fazer proselitismo com um ateu, eu o respeito e me mostro como sou. Na medida em que haja conhecimento, aparecem o apreço, o afeto, a amizade. Não tenho nenhum tipo de reticência, não diria que a vida dele está condenada, porque tenho certeza de que não tenho direito de julgar a honestidade dessa pessoa. (…) E caso tenha baixezas, como eu também as tenho, podemos compartilhá-las para nos ajudar mutuamente a superá-las”.

“Concordo com o que o senhor disse”, respondeu o rabino Abraham Skorka, que dialoga com ele no livro. “O primeiro passo é respeitar o próximo. Mas eu acrescentaria um ponto de vista: quando alguém diz ser ateu, acredito que está assumindo uma postura arrogante. A posição mais rica é a daquele que duvida. O agnóstico pensa que ainda não encontrou a resposta, agora o ateu tem 100% de certeza de que Deus não existe. Tem a mesma arrogância de quem garante que Deus existe, tal como existe esta cadeira sobre a qual estou sentado. Nós, religiosos, somos crentes, não damos por certo sua existência. Podemos percebê-la em um encontro muito, muito, mas muito profundo, mas nunca O vemos. Recebemos respostas sutis. A única pessoa que, segundo a Torá, explicitamente falava com Deus, cara a cara, era Moisés. Aos outros, Jacó, Isaac, a presença de Deus chegava por sonhos ou rezas. Dizer que Deus existe, como se fosse mais uma certeza, também é uma arrogância, por mais que eu acredite que Deus existe.”

Na verdade, o ateísmo é um tabu. A história mostra que poucos tiveram coragem de se declarar descrentes. Nesse universo, claro, não há espaço para quem diz sem mais nem menos: eu sou ateu. É difícil assumir que não crê numa divindade em um país onde tudo que acontece de bom é “graças a Deus”. Onde, para evitar desgraças, a autoridade manda “rezar”, onde no futuro as coisas vão melhorar “se Deus quiser”. Onde tem cruz em tudo quanto é lugar – no quarto do hospital, na delegacia de polícia, no tribunal, na Assembleia Legislativa, na Câmara Municipal, no palácio do governador. Cruz e uma Bíblia. Mas o Estado brasileiro não é laico? É. E não é.

Embora seja oficialmente, como pode ser laico se as cidades, ruas, empresas, hospitais têm nome de santo? São Paulo, Santo André, São Bernardo, São Caetano, São Sebastião, São Manoel, São Luís, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Catarina, Santa Rosa do Viterbo. Se as festas mais populares, como as juninas, têm nomes de santo: São João, São Pedro, Santo Antônio? Se o nascimento e a morte de Jesus Cristo são os maiores feriados do ano? Curioso notar que cresce o número de famosos que se assumem assim. Deus, que Deus? A busca aos ateus começou quando Gilberto de Nucci, dentista e militante do PMDB desde criancinha, saiu com essa: “Os ateus são os caras mais inofensivos do mundo. Você não vê um ateu fanático, você não vê um ateu jogar ninguém na fogueira, você não vê um ateu tentando convencer à força outro cara a ser ateu, você não vê nada disso.

Mesmo assim, os ateus são execrados. Ora, por que não deixam os ateus em paz?”. Quando soube que a Brasileiros estava fazendo uma reportagem sobre ateus, O pintor, desenhista e programador visual Claudio Tozzi logo se lembrou do mais famoso arquiteto brasileiro: “Ninguém foi mais ateu do que Oscar Niemeyer. E sempre foi generoso. Deu um apartamento para o Prestes. Fez um projeto de graça para a casa de seu motorista. Deu dinheiro para exilados políticos. Essa é uma característica forte dos ateus: são generosos. O outro traço é a honestidade. Eles não saem por aí contando mentiras para as crianças sobre a origem do mundo e das pessoas no mundo”.

Richard Dawkins, alcunhado “o ateu mais famoso do mundo” e autor do best-seller O Gene Egoísta, explicou ao jornalista Ronaldo Ribeiro, da Folha de S.Paulo, no começo de abril, que não se deve levar a sério a existência do deus nórdico Thor ou de Zeus ou de Dionísio ou de Shiva. “Até que tenhamos sérias evidências de que algum deles existiu ou existe, não perdemos tempo com isso. Por que deveria ser diferente com o Deus cristão ou com o judeu ou com o muçulmano?” Sobre se quem acredita em Deus é mais feliz, Dawkins respondeu que os países que apresentam melhores índices de desenvolvimento humano e, em tese uma melhor condição para a existência da felicidade, são aqueles com o maior número de ateus do mundo. “Seus cidadãos encontram bem-estar, alegria e consolo nas possibilidades sociais, culturais e sociais concretamente disponíveis em seus países, não em entes divinos.” 

O editorialista da Folha de S.Paulo, Hélio Schwartsman, frequentemente se assume como ateu nas páginas do jornal. Sobre o que pensa e o faz ateu, diz ele: “É difícil falar em ‘o ateu’. Isso é só uma abstração que cada um define como quer. Se você incluir nessa categoria Stálin e outros ditadores comunistas, vai encontrar uma boa dose de intolerância. Se só puser gente como eu, terá um resultado bem mais benigno. Assim, em primeiro lugar, eu evitaria o uso de estereótipos não mensuráveis. Não há dúvida, contudo, de que existe forte preconceito contra ateus. Há também algumas pesquisas americanas que mostram que a chance de um ateu ser eleito para a Presidência dos Estados Unidos é menor do que a de categorias bastante vilipendiadas. Não me lembro de ter lido nenhuma explicação convincente para esse preconceito. Há elementos meio óbvios, como alguns milênios de pregação antiateia, mas seria realmente interessante investigar mais a fundo por que os ateus são tão odiados”.

O que intriga a todos é a forma de tratar a quem não acredita em Deus como delinquente. O apresentador José Luiz Datena, da Rede Bandeirantes, não costuma usar panos quentes para difundir seu preconceito. Se não for agressivo, perde sua essência. Tem de estar sempre no ataque. Não pode fazer média. Só mídia. Em julho de 2010, ele não economizou impropérios a respeito dos ateus. Mostrou na tela um crime bárbaro e sapecou: “Um sujeito que é ateu não tem limites, e é por isso que a gente vê esses crimes aí. Esse é o garoto que foi fuzilado. Então, Márcio Campos, é inadmissível; você também, que é muito católico, não é possível, isso é ausência de Deus, porque nada justifica um crime como esse, não, Márcio? É por isso que o mundo está essa porcaria. Guerra, peste, fome e tudo mais, entendeu? São os caras do mal. Se bem que tem ateu que não é do mal, mas é… O sujeito que não respeita os limites de Deus é porque, não sei, não respeita limite nenhum”.
 

O presidente mais pobre do mundo

Descrito pelo jornal espanhol El País como “o presidente mais pobre do mundo”, José Mujica (foto) foi guerrilheiro tupamaro, pegou em armas, passou 11 anos em uma solitária “conversando com as formigas”. É um presidente (do Uruguai) de fazer inveja aos nórdicos, que sempre dão os exemplos de austeridade. Mas ninguém ganha dele nesse quesito, que não tem conta bancária. Nem dívidas. Não usa gravata. Seu único bem é um Fusca azul 1300, ano 1987, avaliado em mil dólares. O carro oficial é um Corsa. Não mora em palácio, e sim no sítio Rincón Del Cerro, onde sempre viveu. Circula sem seguranças. Dos US$ 12,5 mil que recebe de salário mensal como presidente, fica só com US$ 1.250. Doa o restante para ONGs, que constroem casas populares. Usa as dependências do palácio presidencial para abrigar sem-teto. O detalhe que interessa aqui: José Mujica é ateu.

 

Foram 50 minutos dessa malhação dos ateus. O Ministério Público Federal reagiu. Três anos depois, a Bandeirantes foi condenada. Terá de preencher 50 minutos do programa de Datena com esclarecimentos a respeito da liberdade de acreditar ou não em Deus. Para o procurador que atuou no processo, Jefferson Aparecido Dias: “A emissora prestou um desserviço para a comunicação social, uma vez que se portou de forma a encorajar a atuação de grupos radicais de perseguição a minorias, podendo, inclusive, aumentar a intolerância e a violência contra os ateus”. Ainda não se sabe quando a pena será aplicada.

Em uma nota no seu blog de 1o de abril deste ano, acerca da morte de um festejado empresário carioca, Leonídio Ribeiro Filho, o colunista Ricardo Noblat escreveu: “Mas era na vida pessoal que sua personalidade era mais marcante. Filho de uma marchand com um médico, era culto e interessado. Homem de muitas amizades, passava uma energia radiante. A atriz Maria Ribeiro, sua filha, já prepara um documentário sobre a vida dele. Diz ela sobre o pai: ‘Tricolor doente e ateu convicto, aproveitou os últimos dias para dizer que não queria velório, enterro ou pessoas chorando a sua morte, que chegou às 23h50m de sábado, aos 79 anos’”. Pois é, um ateu de sucesso, reconhecido socialmente, aplaudido como um ser humano qualquer com méritos para tal. Finalmente. O governador da Bahia, Jacques Wagner fez uma declaração atípica ao se referir à seca no nordeste: “Como eu não acredito em Deus, acho que a culpa é das mudanças climáticas”. Um judeu ateu, sem dúvida. 

Deua derruba políticos

Não é de hoje que a ausência de Deus derruba este ou aquele. Na reta final da eleição a prefeito de São Paulo, em 1985, a primeira depois da redemocratização, não havia dúvida de que venceria o sociólogo e senador Fernando Henrique Cardoso. Suas credenciais eram imbatíveis. Havia sido um dos líderes das Diretas Já. Esbanjava sabedoria, firmeza intelectual, charme. Tudo jogava a seu favor. O seu adversário era um político fracassado, Jânio Quadros, ausente dos palanques das Diretas Já, cheio de defeitos, de direita, autoritário. Responsabilizado pelo golpe de 1964. A eleição estava no papo. Faltava apenas um debate na televisão. Uma evidente moleza para um intelectual como ele. O mediador, o jornalista Boris Casoy, formulou, então, a célebre pergunta: “Senador, o senhor acredita em Deus?”. A resposta de Fernando Henrique foi uma quase confissão: “Essa pergunta o senhor disse que não me faria”. Boris Casoy ficou na dele: “Eu não disse nada”.

O futuro Presidente da República procurou ganhar tempo: “Perdão, foi em um almoço, sobre esse mesmo debate”. E Boris: “Mas eu não disse se faria ou não”. A resposta afundou FHC: “É uma pergunta típica de quem quer levar uma questão, que é íntima para o público, uma pergunta típica de quem quer simplesmente usar uma armadilha para saber a convicção pessoal do senador Fernando Henrique, que não está em jogo. Devo dizer ao senhor Boris Casoy que esse nosso povo é religioso. Eu respeito a religião do povo, as várias religiões do povo, automaticamente estou abrindo uma chance para a crença em Deus”. A última palavra foi de Boris Casoy: “A pergunta não foi respondida. Não se trata de armadilha, nem de convicção pessoal”.

E Fernando Henrique perdeu a eleição. Passados 28 anos, Boris Casoy foi procurado para comentar o episódio. Era importante saber se depois disso o político rompeu com ele. Casoy é amigo do repórter da Brasileiros, que tem o número do seu celular e a liberdade de ligar para ele. Eventualmente, ele telefona para o colega. Uma vez se disfarçou atrás da voz de uma velhinha russa para enganar o amigo. É um grande brincalhão. Para surpresa, depois de muita hesitação, ele se recusou a falar do caso: “Algo me diz que não devo falar a respeito desse assunto”, foi só o que disse ele, misteriosamente. Não seria o caso de aplicar aqui o seu famoso bordão “isto é uma vergonha”. Mas que é estranho é.

 

“Ser ateu é um direito”


Frei dominicano e escritor best-seller, autor de 56 livros traduzidos para 24 idiomas, com três milhões de exemplares vendidos, o mais recente o romance Aldeia do Silêncio (Editora Rocco), Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, fala à Brasileiros.

Brasileiros Deus criou o homem ou o homem criou Deus?

Frei Betto Depende do ponto de vista. Para nós, crentes, Deus é o criador do Universo e de tudo que há nele, conforme a revelação bíblica. Para os não crentes, como Marx e Freud, Deus é uma criação da mente humana, um todo poderoso que virtualmente compensaria as nossas insuficiências.

Brasileiros – Acreditar em Deus teve algum papel na evolução do ser humano? Os gregos eram grandes poetas, filósofos e políticos e eram ateus. No mesmo período histórico, Abraão descobriu Deus. Depois de passar a acreditar em Deus, o homem se tornou melhor, mais sábio, mais inteligente?  

Frei Betto Os povos aborígenes (ab – origem = que estão na origem da humanidade) buscavam na ideia de Deus a explicação para todos os fenômenos naturais e para o milagre da vida. Os gregos antigos eram ateus no sentido moderno, pois no sentido arcaico acreditavam nos deuses do Olimpo, tanto que Sócrates foi condenado por ter deslocado o conhecimento submisso ao Olimpo para a razão humana. Não tenho dados para afirmar se a humanidade piorou ou melhorou com o fato de crer em Deus. Minha intuição é que melhorou. Graças à Igreja, por exemplo, no Ocidente se passou a cuidar dos pobres, dos doentes, dos órfãos e a estender a educação a todos – até então restrita aos nobres e monges. No entanto, todos conhecemos as sucessivas guerras e carnificinas perpetradas em nome de Deus.

Brasileiros – O primeiro homem a falar em e com Deus foi Abraão. Por que antes dele, Deus “não existia” se foi o criador do universo? Se Deus criou o homem – e muitos homens nasceram antes de Abraão, inclusive Noé – por que antes de Abraão ninguém conhecia Deus? 

Frei Betto – Abraão não foi o primeiro. Antes dele os egípcios já haviam descoberto o monoteísmo. E muitos outros anteriores a Abraão “falaram” com os deuses da crença politeísta. O que Abraão descobriu foi o Deus único chamado Javé que, ao contrário de outros deuses, não é mítico, é histórico – “o Deus de Abraão, Isaac e Jacó”. Essa fé se transmitiu por gerações e gerações do povo hebreu, até chegar a Jesus de Nazaré, dissidente do judaísmo existente em sua época e fundador do que conhecemos por cristianismo. Jesus também era monoteísta, porém tinha fé em um único Deus trino, a quem chamava de Pai, Filho (Ele próprio) e Espírito Santo. 

Brasileiros – Marx estava certo ao dizer que “a religião é o ópio do povo”?

Frei Betto – Como diria Fernando Sabino, a religião, como a política, é uma faca de dois gumes… Ambas servem para libertar ou oprimir. Tal como Marx conheceu a religião na Alemanha do século 19, ela era sim ópio do povo, pregava Jesus crucificado para os trabalhadores suportarem as duras condições nas fábricas e no campo e o Sagrado Coração de Jesus para os ricos abrirem o bolso às obras da Igreja. Marx, porém, rejeitava o ateísmo como dogma político, conforme expressou na crítica ao programa de Bakunin para a 1a Internacional (organização comunista pioneira, fundada em 1871), segundo carta que Marx escreveu a F. Bolte, em 23 de novembro de 1871.

Brasileiros – Quem não acredita em Deus é pior do que quem acredita?

Frei Betto – De modo algum. Há crentes abomináveis, como o frade Torquemada, que comandou a inquisição. Ou George Bush, que engendrou a morte de mais de um milhão de iraquianos e descaradamente adotou a tortura como método de interrogatório. E há ateus éticos, íntegros, exemplares, como Marx, Che Guevara, Oscar Niemeyer, Luiz Carlos Prestes.

Brasileiros – Por que o brasileiro médio não acha o ateu confiável? Não vota em ateu?

Frei Betto – Não é verdade que não vota em ateu. Elegeram FHC duas vezes presidente da República, embora ele tivesse se declarado ateu quando em campanha a prefeito de São Paulo. O PCdoB tem uma penca de mandatos Brasil afora e nunca desdisse que não professa o ateísmo.

Brasileiros – Mas FHC nunca assumiu ser ateu, ao contrário tentou esconder em 1985 e mesmo assim perdeu a eleição.

Frei Betto – Eu imaginava que ele tivesse se assumido. O povão torce o nariz porque o povão é profundamente religioso, e no passado a igreja incutiu nele que negar a existência de Deus é fazer o jogo do diabo…

Brasileiros – Por que os políticos, até mesmo os que não acreditam em Deus, fingem acreditar?

Frei Betto – Os que fingem são hipócritas, procuram enganar os eleitores de todas as maneiras. Mas, para mim, ser ateu é um direito. Repudio aqueles que, se dizendo crentes, agem na contramão dos valores evangélicos, adotando posturas racistas, homofóbicas, favoráveis ao desmatamento e ao trabalho escravo.


Comentários

10 respostas para “Ateus, graças a Deus!”

  1. Avatar de Antonio Carlos Lobato de Almei
    Antonio Carlos Lobato de Almei

    Muito engraçado isso…
    a maioria diz: – DEUS EXISTE!
    Ou por medo…
    Ou por falta de leitura…
    Mas cara… Algum ou alguém que exista não pode ser INVISÍVEL e olhem essas características desse deus muito PODEROSO.
    Não fala, nunca aparece e nem faz NADA.
    Esses são atributos do INEXISTENTE.
    Se existe…
    Porque não aparecer…
    Porque não se envolver…
    Porque não usar esse poder tão grande…
    O livro fantasioso bíblia relata nessa fábula que esse ser esperou Moisés para narrar a sua criação.
    Porque?
    Se ele podia escrever em pedras…
    E “pedras” sempre teve.
    E o que teve de pessoas que nasceram antes de Moisés…
    Não está no GIBI (Brincadeirinha)
    Eu não me preocupo com pessoas que querem acreditar nessa LENDA o que me deixa irritado são pessoas que mentem…
    Um pouco de mim:
    -Eu usei drogas e parei…
    Hoje poderia ser mais um mentiroso… E sair dizendo que foi um deus que me curou…
    Como se a droga fosse uma doença…
    Eu apenas me envergonhei do que eu estava fazendo.
    E resolvi parar..
    E parei.
    Força de vontade humana.

  2. Avatar de Armando Rivera Carretero
    Armando Rivera Carretero

    I live in Petropolis. Soy ateu y quiero comunixarme con otros ateus en Petropolis. Me pueden escribir a armandorcarretero@hotmail.com. Yo falo un poco de Portugues pero mi computadora puedetraducir los mensajes al Espanol.

  3. O único pecado que Deus não pode perdoar é a falta de fé Nele. Creiam!

  4. Respeito a opinião de todos cada um tem o seu livre abritel pra escolhe no que acretitar nãojugo ninguém mais Deus existe sim mesmo se você desculpe pergunta mais oque faz vocês acreditar que o criador não existe??????????

  5. Avatar de Liciene Lopes
    Liciene Lopes

    Deus existe, acreditem ou não. Cada um tem sua escolha de acreditar ou não. Deus não te obriga a crer nEle, a sua palavra esta ai. Perguntas vão ficar sem respostas, o homem quer uma lógica, mas a lógica é Deus. Quem deu a inteligência do homem, o próprio homem? Me poupe! Me explica, como a bíblia pode ser tão completa, mostrar tudo que acontece hoje, se ela foi escrita a anos atrás, só pode ser Deus, ou homem é deus e a fez no passado. rsrsrs.. há tantos famosos ateus, mas porque o pecado o consome, se casam e beijam na boca de outros por dinheiro, se deitam por dinheiro, ficam nu por dinheiro, pessoas assim não largariam o dinheiro por Deus, estão cegas. Não aguentariam um dia na miséria. Leiam a bíblia, nela a respostas que você não imaginaria encontrar. Eu sinto Deus, isso quer dizer que Ele existe, pergunta respondida. Como você quer saber se Ele existe ou perde tempo perguntando se você que é ateu diz que Ele não existe. Se Deus nos ama, porque deixa essas coisas ruins acontecer? Fácil, lhe deu o livre arbítrio, você faz o errado e quer que coisas boas aconteçam? Na palavra de Deus diz: Os humilhados serão exaltados. A Sua palavra é simples, ame a Deus sobre todas as coisas, ame o teu próximo como a ti mesmo. Eu tenho 15 anos, porque creio em DEUS? Minha vida estava acabando, estava muito envolvida com o pecado, como muitos jovens hoje em dia, Deus fez um milagre em mim, me livrou da gravidez. Depois desse ato de amor, me entreguei inteiramente a Ele. Pois Ele provou seu amor por mim, e pode provar pra você TAMBÉM, Ele te da a vida todo dia, não é o bastante. Jesus morreu por você, Ele perguntou a seu Pai se podia o livrar disso, mas a resposta foi não, Ele não o poupou, porque iria lhe poupar. REFLITA DEUS TE AMA, MESMO VOCÊ O NEGANDO SENDO ATEU, MEU IRMÃO. DEUS TE ABENÇOE E ABRA TEUS OLHOS PRA REALIDADE, POIS A VIDA AQUI NÃO É BOA, MESMO COM DINHEIRO. ELA É VAZIA, NUNCA TERÁ PREENCHIMENTO, APENAS DEUS PODE LHE PREENCHER.

  6. Avatar de Ivani Medina
    Ivani Medina

    A religião percebida como um instrumento político é bem diferente de quando é percebida como um instrumento de aperfeiçoamento moral. A tendência é que ela seja apreciada preferencialmente pela segunda possibilidade. No entanto, é sob o ponto de vista secular que faço essa reflexão a respeito da origem do cristianismo. Conheça um pouco mais a respeito da maior farsa histórica de todos os tempos. Visite a página do livro A Origem do Cristianismo em Reflexão, no Facebook:
    https://www.facebook.com/aorigemdocristianismoemreflexao?ref_type=bookmark
    E adquira o seu exemplar em:
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  7. Avatar de Raphael Cristofaro
    Raphael Cristofaro

    Esse Boris Casoy é um grandessíssimo filho da … ou como ele mesmo se colocaria se não fosse hipócrita: “O mais baixo na escala do jornalismo.”

  8. Avatar de mateus sousa
    mateus sousa

    Deus existe?

    Antes de falarmos sobre se Deus existe ou não falaremos sobre a partícula subatômica, o elétron. Todos sabem que essa partícula não é visível, mas quando essas partículas se deslocam, dependendo de sua intensidade podemos sentir seus efeitos. A esse movimento chamamos de corrente elétrica.
    O efeito do movimento dos elétrons no corpo humano é o choque elétrico. Nem sempre que uma corrente percorre nosso corpo significa que sentiremos dor. Isso vai depender da intensidade da Corrente. A dor que sentimos é por causa da intensa contração muscular causado pela intensidade de corrente elétrica. Mas o que isso tem haver com a existência ou não de Deus? Você já deve estar se perguntando.
    Vamos tentar explicar. Se escolhermos uma pessoa e aplicarmos nela uma tensão de corrente alternada ou continua bastante elevada, essa pessoa, independente da fé que ela tenha, sentirá um enorme choque, o que poderá levá-la até à morte, dependendo da intensidade. Apesar de não vermos os elétrons sabemos do que eles são capazes quando estão em movimentos ordenados, pois sentimos os seus efeitos.
    Se você já percebeu a minha intenção e se você for um crente em Deus, provavelmente dirá ter milhares de exemplos da manifestação divina em sua vida e na de outras pessoas. Aí eu pergunto: Não será fruto da sua imaginação e dessas pessoas que os levam a sentir determinadas emoções e visões e a crer que é uma manifestação divina? Se isso não for verdade, por que os ateus não têm essas sensações? Sei que qualquer teísta dirá é porque eles não tem fé em Deus. Ora, no caso do choque elétrico, independente da fé, ou mesmo aqueles que não a têm sentiram seus efeitos. Entende onde quero chegar? Se eu digo que algo existe, então existe para todos. Claro, se esse algo for físico, mas se for abstrato, nem sempre. Eu posso dizer que amo determinada pessoa, mas alguém pode questionar a existência desse amor, pois o amor que sentimos por outra pessoa ou por qualquer outra coisa é abstrato. É óbvio, isso não significa que esse amor não exista, tanto que o amor pode ser sentido fisicamente. Quando ele é correspondido traz bem- estar para quem o sente, não é verdade? Mas pelo fato de sentirmos o amor não significa que ele exista como uma maçã existe para nós, ou seja, o amor não está no plano físico.
    Os teístas cristãos costumam dizer que Deus é um só. Mas há pessoas que acreditam que existem vários deuses. Essas pessoas dizem senti-los e agradecem pelos milagres que segundo elas foram de uma determinada divindade do panteão politeísta. O mesmo acontece com aqueles que dizem que viram um determinado santo ou foram milagrosamente curado por esse santo.
    Um evangélico pode dizer para um católico que Nossa Senhora não cura, somente Jesus tem esse poder. Mas dá mesma forma como o evangélico acredita que somente Jesus cura porque ele sente a presença de cristo e já recebeu graças dele, o mesmo pode dizer o católico sobre a mãe de Jesus, que também diz sentir a presença dela e etc. Observem que elas dizem sentir a presença daquilo que elas acreditam existir. Não será apenas uma criação da mente delas? Você pode dizer que os diversos relatos de evangélicos que foram curados por Jesus é uma prova de que Jesus cura e, portanto Deus existe e não é abstrato. Então podemos dizer o mesmo para os relatos dos Hindus sobre as diversas curas feitas pelos diversos deuses. E o mesmo vale para Nossa Senhora e os diversos santos que o povo relata ter recebido graças. Agora, imaginemos num hospital psiquiátrico encontremos alguns loucos que dizem ver e conversar com fadas azuis. Diremos que eles têm alucinações. As fadas azuis para eles são bem reais, mas isso não significa que elas existem. Se você disser para eles que elas não existem, eles não vão acreditar, até porque eles conseguem “vê-las”. É como num sonho que conseguimos ver e sentir, mas só percebemos que é um sonho quando acordamos. Tudo projeção da mente. Infelizmente alguns loucos nunca acordam, passam a vida inteira acreditando em fadas azuis, sonhando acordados. Mas se um teísta diz conversar com Deus certamente não será chamado de louco, pois há um interesse que as pessoas acreditem em Deus e não em fadas azuis.
    Outro detalhe que acho importante comentar é o fato de existir diversos livros sagrados diferentes. O livro sagrado dos hindus não é o mesmo dos cristãos. Se eu for para a Índia e disser que a Bíblia é a palavra de Deus, eles não vão acreditar. Percebe que o tipo de crença em Deus está diretamente ligado a cultura?
    Espero que a leitura desse texto venha despertar aqueles que ainda dormem de olhos abertos.

    1. E ai Deus existe ou não??/ rs
      pra mim existe, Deus na minha concepção é a propria Vida.
      Ah, mas Deus é um ser ou a ‘propria vida’? Como diz Lao Tse, Tao(Deus ou …) é o que é e o que não é, é o ser e o não-ser. ou seja alem de qualquer concepção limitada como ‘infinito’, ou aquilo que vejo e aquilo que não vejo. podemos discutir a vida inteira aqui.

      Fui ateu e hoje acredito em Deus, mas não tenho religião, não tenho nenhum preconceito contra ateus, bem como religião. A religião no caso nasce sempre com bons propositos, religião significa religar-se, mas foram deturpadas, pois seu objetivo era trazer o ser humano a sua origem…

    2. Avatar de Liciene Lopes
      Liciene Lopes

      Percebe também que a pessoas de outras religiões crendo em Deus. Saindo das suas religiões. A muitos países que tem a religião como cultura. Logo percebe-se também que Deus e somente Ele muda as pessoas. Ainda não encontrei um cristão que vira budista.

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