Na cata de boas notícias às vésperas dos festejos de final de ano, em que buscamos todos dar uma trégua ao agito da vida cotidiana e às crises do fim do mundo, recebi um texto com boas novidades, que transcrevo abaixo. Foi-me enviado pelo bom amigo jornalista Washington Luis de Araújo, gerente de Comunicação e Relações Institucionais da Petros, empenhado em colocar de pé um plano de previdência para os nossos atletas profissionais.
Estamos acostumados a ler histórias de atletas que ficaram milionários, mas esta não é a realidade da maioria deles, que sobrevivem com dificuldades depois que se aposentam do esporte.
É o caso do jogador Moacir, antigo ídolo do Flamengo e reserva de Didi na seleção brasileira campeã do mundo em 1958, cujo drama tenho acompanhado por relatos de meu irmão Ronaldo Kotscho, também jornalista, que há tempos fez uma reportagem com ele para a ESPN sobre sua dura luta pela sobrevivência no Equador, onde vive com a família.
No artigo abaixo, Washington mostra como atletas do presente podem ajudar na campanha que está sendo produzida pela Petros para amparar os atletas do passado:
Uma campanha para o EsportePrev
Uma vida digna depois de viver do esporte é o mínimo que nossos artistas do futebol e de outras modalidades esportivas merecem. No entanto, a história mostra que nem sempre isso acontece. Ou melhor, na maioria das vezes isso não acontece.
Aplausos de milhares de torcedores, holofotes, autógrafos, páginas e páginas em revistas e jornais minguam totalmente quando o atleta encerra sua carreira. O craque Paulo Roberto Falcão, hoje comentarista esportivo, afirma que o atleta morre duas vezes, a primeira quando deixa de fazer o que mais gosta, jogar profissionalmente.
Mas este déficit que a vida apresenta aos atletas poderá ser atenuado com a criação de um plano de previdência complementar, administrado pela Petros, fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobras, que já cuida dos planos para outras categorias profissionais como médicos, jornalistas e artistas.
O EsportePrev foi anunciado recentemente pelo ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, com endosso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de premiação dos melhores jogadores do Campeonato Brasileiro.
Na festa promovida pela CBF, foi mencionado que craques de hoje e os chamados craques de sempre estão sendo convocados para participar do plano de previdência. Estrelas como Marcão, do Palmeiras, Ronaldo “Fenômeno” e Roberto Carlos do Corinthians já pensam como se envolver diretetamente com o assunto.
Uma campanha publicitária já está sendo analisada para envolver sociedade e atletas no intuito de buscar uma vida melhor para quem tanta alegria nos proporcionou. Pepe, grande ponta esquerda do Santos de Pelé, campeão mundial em 58 e 62 e, posteriormente, um técnico campeão pelo próprio Peixe e pelo São Paulo, entre outros clubes, conta que sempre que sonha com futebol, sonha jogando bola, nunca como treinador.
Nada mais justo do que estes artistas da bola e de outras modalidades continuem sonhando com o que mais amam, mas vivendo uma realidade digna. Realidade que hoje não sorri para muitos destes campeões.
O grande Moacir, companheiro de Pepe e reserva de Didi no mundial de 58, mora hoje no Equador e passa por problemas sérios de saúde e financeiros. Amigos do jogador estão elaborando um leilão com peças de uniformes da Copa de 58 para coletar recursos e enviar ao grande campeão.
Por falar em Pepe e Moacir, tramita no Congresso projeto de lei enviado pelo governo para uma gratificação aos campeões mundiais. A iniciativa da Presidência da República é louvável, mas ninguém sabe quando será aprovado pelos parlamentares. No futuro, com maturação deste plano de previdência complementar, tomara que medidas como esta não sejam mais necessárias.
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