Queridos, desde domingo corre uma discussão generalizada pelos blogs e (alguns) sites gays, sobre os números apresentados pela revista Veja esse domingo. Será que 60% da sociedade brasileira agora acha natural a homossexualidade? Como já disse ontem, acho que este percentual força barra. Vejam que a comparação que se faz com a pesquisa de 1993 e outra atual, mantendo-se como referência o percentual de 60%, não é de todo pertinente. Em 1993, o Ibope afirmava que 60 % dos brasileiros rejeitavam os gays, vale dizer: o Brasil era majoritariamente preconceituoso, não é exatamente uma novidade. Hoje, segundo outro instituto, o TNS Research International, 60% dos adolescentes de regiões metropolitanas consideram a homossexualidade natural. Comparar a população brasileira de ontem com um segmento dos adolescentes de hoje para mostrar que o Brasil melhorou é, realmente, carregar nas tintas. De fato, os adolescentes são hoje mais abertos e tolerantes, essa foi a mensagem da matéria, isso não se discute, se festeja. Acho bárbaro termos tido esse espaço na Veja, e ver mostrada essa nova visão sobre nossa juventude e os homossexuais. Continuo crendo que as coisas estão progredindo, mesmo que lentamente, e que nosso futuro aqui será mais feliz amanhã do que é hoje, mas não vamos criar a ideia de que aquilo que desejamos já aconteceu. Não vale tapar o sol com a peneira.
Mudando de peneira para Band-Aid, ganhei de uma amiga querida uma caixa desses curativos, que são uma marca da minha infância longínqua, assinados por ninguém menos que Alexandre Herchcovitch! Eu não sabia que existiam. Achei o máximo! Na minha época, e sou do tempo em que esparadrapo arrancava a pele ao tirar, e mertiolate era vermelho e ardia, eles só existiam na cor da pele. Hoje são fashion. A propaganda antiga mostrava uma mãe supercarinhosa colocando o curativo no dedo do filho, que chorava machucado. Minha mãe, fofíssima, fez isso muitas vezes, e carinho de mãe não se apaga nunca. Quero ver como serão os curativos daqui a 30 anos, mas quero que as mães sejam todas iguais à minha. Abraço do Cavalcanti.
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