Que a Central de Inteligência Americana (CIA) há muito tempo coordena golpes de estado e guerras sangrentas, além de assassinatos, todo mundo sabe. Que a instituição tem sido criticada em muitos filmes pós-11 de Setembro de 2001, também. Mas o modo vilanizado como aparece no policial Dose Dupla coloca a instituição em um papel novo e para lá de desconfortável, por ser explícito.
Abarrotada de assassinos implacáveis e criminosos, a CIA coordena um caixa dois que acumula apenas em uma agência bancária US$ 40 milhões arrancados em extorsões mensais, cobradas dos piores traficantes mexicanos que atuam nos EUA. É um dinheiro sujo de um poder paralelo e descontrolado em que chantagistas agem em nome do governo. Se não bastasse, a soma também é cobiçada por um grupo paramilitar da Marinha. Os mocinhos, portanto, viraram os piores bandidos.
Adaptado da cultuada história em quadrinhos Boom!, de Steven Grant, o filme não dá tempo para o espectador respirar — é uma ação emendada na outra. Os dois protagonistas são interpretados por Denzel Washington e Mark Wahlberg, que funcionam bem em uma relação nada confiável de gato e rato, sob a direção de Baltasar Kormakur. O filme conta a aventura de dois agentes do Departamento Antidrogas dos EUA (DEA), que se infiltram no mundo das drogas na fronteira com o México, sem terem ideia da verdadeira identidade um do outro e muito menos do que está por trás da proteção aos traficantes. Perfeito para quem sente saudades de Charles Bronson e Clint Eastwood de 40 anos atrás. Ou da série Máquina Mortífera da década de 1990. É imperdível para que busca diversão.
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