Meus caros, hoje é a última apresentação de Mikhail Baryshnikov e Ana Laguna em São Paulo, em um espetáculo deslumbrante. Difícil será conseguir ingresso, pois está lotado há dias, e os cambistas serão cruéis. Mas vale muito a pena. Ele é um dos maiores nomes da dança no século XX, e conseguiu avançar pelo século XXI, pois ainda está na ativa, com quase 63 anos de idade, e dançando muito bem, mantendo completo domínio de si mesmo. Sabe o que pode dançar, e dança com perfeição. É lindo, lindo, lindo. O espetáculo Três Solos e um Dueto, em que dança com a não menos maravilhosa Ana Laguna, reúne coreografias já exibidas, como o belíssimo solo Years Later, em que ele dança tendo ao fundo imagens dele mesmo dançando a mesma coreografia quando jovem. É bárbaro. Ele ainda dança sozinho Valse-Fantasie, com música erudita do compositor russo Glinka, e volta ao palco para o dueto Place, com Ana Laguna. Ela também é uma das maiores bailarinas das últimas décadas, e também já está encerrando a carreira aos (incríveis) 54 anos de idade, e ainda perfeita.
É impressionante como os dois, que já passaram há muito da idade média da aposentadoria da maioria dos bailarinos, estão na ativa. Pelo visto, assim serão os grandes bailarinos de nossos tempos, vamos torcer para que Marcelo Gomes, o brasileiro maravilhoso que arrasa no American Ballet Theatre, e que tem apenas 31 anos, dance por mais 32. Já imaginaram uma carreira dessas? Pois é absolutamente factível nos dias de hoje, aí está Baryshnikov para mostrar. E parar de dançar não vai significar parar de trabalhar, pois ele já fez cinema, televisão (foi um dos namorados de Carrie Bradshaw em Sex and The City), e dirige uma super escola de dança em Nova York, o Baryshnikov Arts Center. De onde esse cara tira tanta energia? Ele mesmo já disse, em mais de uma entrevista, que a própria dança dá a ele essa razão de viver, ele adora o que faz.
Existem dois DVDs com ele: O Sol da Meia Noite, em que a coreografia de O Jovem Homem e a Morte, logo na abertura, e o momento em que dança uma música popular russa em um palco vazio, valem a bobagem do resto do filme, e Momento de Decisão, do qual só me lembro dele dançando (e quase voando) O Corsário. Valem a pena. Abraços do Cavalcanti.
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