CHAMPANHE, O LEGÍTIMO
É verdade que todo champanhe é um espumante. Mas nem todo espumante é um champanhe! Essa questão, que para os entendidos pode parecer primária, ainda assombra muitas pessoas na hora de escolher a bebida em uma carta de vinhos. Até porque os preços dos champanhes, comparados aos de qualquer outro espumante, tendem a ser mais “salgados”. Pois bem, para ser um champanhe, o vinho deve atender a certas leis na hora do cultivo das uvas e da produção.
Entre elas, as mais importantes são:
– São permitidas apenas três uvas para a produção do champanhe – a Chardonnay, a Pinot Noir e a Pinot Meunier.
– Deve ser feito pelo método clássico, ou seja, de maneira simplificada: prepara-se o fermentado das uvas e, em seguida, adiciona-se uma solução composta de um pouco de vinho e açúcar, o “licor de tirage”. Depois da levedura que ainda está no vinho alimentar-se desse açúcar, tem-se a formação de um pouco mais de álcool e das borbulhas do champanhe.
– Deve ser feito na região de Champagne (quando é feito em outra região ou país, perde o direito de usar o nome “champanhe”). Essa região fica a cerca de 145 km a nordeste de Paris. Além dessas leis, algumas peculiaridades sobre essa bebida fazem dela algo tão especial. Como a mistura de diversos vinhos feitos em safras diferentes, o chamado corte, que faz do trabalho do enólogo-chefe uma verdadeira alquimia, aportando ao champanhe uma grande complexidade, e o mais importante, a marca registrada de cada casa produtora.
Existem três tipos distintos de champanhe:
– O mais difuso é aquele de cor dourada, feito com as três uvas da região: Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier.
– O Blanc des Blancs, que é feito exclusivamente da uva Chardonnay, ou ainda o Blanc des Noir, feito somente com a uva Pinot Noir.
– E o rosé, produzido a partir da adição de um pouco de vinho tinto da uva Pinot Noir, antes de colocá-lo na garrafa para fermentar pela segunda vez.
Além dos tipos, os champanhes possuem graus diferentes de secura:
Extra Brut É o mais seco, tendo de 0 a 0,6 g de açúcar por litro.
Brut Possui menos de 15 g de açúcar por litro.
Extra Seco Tem entre 12 g e 20 g de açúcar por litro.
Sec É ligeiramente doce, com 17 g a 35 g de açúcar por litro.
Demi-Sec É doce, com 33 g a 50 g de açúcar por litro.
Doux Muito doce, com mais de 50 g de açúcar por litro.
Além de todo o cuidado e das leis rígidas para a produção, o champanhe ainda conta com uma história fascinante, de bebida marginalizada a símbolo de glamour, status e poder. Porém, foi o árduo trabalho de personagens como o famoso Dom Pérignon e da incansável viúva Nicole-Barbe Ponsardin (a Veuve Clicquot), que deu o verdadeiro tom ao champanhe. Se hoje o bebemos com todo o festejo necessário, isso se deu graças ao empenho de pessoas da terra, verdadeiros visionários. Literatura não falta para esmiuçar a história do champanhe, desde a sua criação até os vários percalços históricos ocorridos ao longo de séculos na região, como guerras e crises financeiras. Mas somente uma bebida de excelência como essa é capaz de se reinventar a cada garrafa e a cada gole.
PARA SE DELICIAR | ||
Além do champanhe em versão solitária, podemos bebê-lo em coquetéis. Eis alguns deles: | ||
French 75 Fresco e elegante, esse coquetel tem como base o perfumadíssimo Gim (mais ou menos 1 dose, ou para simplificar, enquanto vertemos o líquido, contamos rapidamente 8 segundos), depois, seguimos com suco de limão, mais ou menos o dobro da medida do Gim, e açúcar a gosto. Complete com champanhe. Perfeito para um dia de calor! | ||
Kir Royal Um clássico nos balcões de bar pelo mundo afora. Coloca-se licor de Cassis, uma cereja e completa-se com champanhe. | ||
Fraise Em uma taça igual a do Dry Martini, amasse alguns morangos com um pouquinho de açúcar e depois complete com champanhe. Mais sedutor impossível! | ||
Champanhe Cocktail Misture um torrão de açúcar com algumas gotas de Angostura, complete com champanhe e adicione um twist de limão. Imperdível! |
|
Deixe um comentário