Beijar é preciso!

Meus caros,  próximo domingo, às 17 horas, na esquina da Avenida Paulista com Rua Augusta, acontecerá um beijaço em defesa de reivindicações da comunidade homossexual, neste momento contidas no polêmico 3º Programa Nacional de Defesa dos Direitos Humanos, elaborado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, e assinado recentemente pelo presidente Lula na forma de um decreto presidencial. Também conhecido pela sigla PNDH-3, esse decreto simplesmente cria uma comissão para elaborar uma proposta de lei, que será depois encaminhada ao Congresso nacional para, seguindo todo o trâmite legislativo, ser votada, e finalmente transformada em Lei. Complicado? Sim, complicadíssimo, principalmente se considerarmos que este é um ano eleitoral, as atividades dos congressistas estarão voltadas para as eleições, e o próprio líder do governo no Senado, senador Romero Jucá, já avisou que temas polêmicos não devem entrar na pauta de votação, pois o governo não quer atrito com bancadas conservadoras. Paradoxal, o governo propõe, mas não briga pela aprovação? Sim, isso se chama jogar para a galera, para não chamar de demagogia. Temos, portanto, fortes razões para lutar por nossos direitos. Como? Um beijaço público, uma manifestação absolutamente pacífica e afetuosa, chamando a atenção da sociedade para nossa causa. A luta de uma comunidade por seus direitos não precisa ser feita com paus, pedras, gás lacrimogêneo e feridos. Mahatma Gandhi ensinou a ação pela não violência, a Índia inteira parava em dias de jejum e orações, e assim conquistaram a independência, derrotando o poderoso império britânico. Precisamos lutar por nossos direitos mais elementares, como uma lei que criminalize a homofobia, nos moldes da Lei Shepard-Byrd americana, pois agredir-nos sequer é crime, e o Congresso nacional, onde tramita o PL 122/06, não está nem aí para isso. Vamos usar a força moral inerente aos atos pacíficos como argumento, vamos dar este exemplo ao mundo, e vamos nos beijar. Venham, participem, assistam, vai ser bárbaro, divertido, e, simplesmente,  histórico!