Bienal da UNE começa em Olinda com show de Lenine, vaias a prefeitos e declaração de governador sobre royalties

Fotos reprodução

Chegando a sua 8a edição em 2013, sediada este ano em Olinda (PE), a Bienal de Arte e Cultura da UNE (União Nacional dos Estudantes) já se consolidou como algo muito maior do que um simples encontro estudantil. Pois mesmo que procure mapear a produção científica dos alunos das universidades brasileiras, a intensa programação de shows, eventos artísticos, debates e oficinas – além das discussões políticas – transforma a Bienal em um grande evento na agenda cultural do país. A programação é gratuita e aberta ao público.

Desse modo, a edição (que vai até dia 26) foi aberta na noite desta terça, dia 22, em um grande palco na Praia de Casa caiada, com importantes declarações do governador Eduardo Campos, com discursos políticos “inflamados” e com um empolgante show do músico Lenine, para milhares de pessoas. O musical “Gonzagão – A Lenda”, que seria apresentado no mesmo local, acabou virando apenas uma sketche, por conta de problemas de estrutura. O mesmo palco ainda recebe Elba Ramalho (quarta), Mundo Livre S/A (quinta) e Alceu Valença (sexta).

Crescimento nordestino

O título escolhido para a  8a Bienal foi “A Volta da Asa Branca”, e o grande homenageado é o sanfoneiro Luiz Gonzaga (que teria hoje 100 anos). O presidente da UNE, Daniel Iliescu, em fala com tom de comício eleitoral, explicou o nome: “No último século, o povo desta terra, principalmente do sertão, pelas necessidades da vida concreta, saiu do Nordeste e foi para os seringais da Amazônia, foi construir Brasília, trabalhar no Rio e em São Paulo. Mas isso está mudando. O Brasil está crescendo, e Pernambuco é o Estado que mais cresce no Brasil, dando exemplo de como incluir nosso povo, econômica e socialmente.”

Todos os oradores da abertura fizeram questão de ressaltar o passado de lutas dos estudantes brasileiros, que ajudaram a conquistar a democracia na qual vivemos hoje. Os prefeitos de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB) e de Recife, Geraldo Julio (PSB), ouviram vaias quando chamados por Iliescu. Eduardo Campos, que anunciou que vai destinar 100% dos royalties do petróleo para a educação, foi o mais aplaudido dos políticos.

Lenine e politicagem

Mas o grande destaque da noite, ao menos para o público presente, foi o show do recifense Lenine, que tocou sucessos antigos e músicas de seu mais novo disco, “Chão”. O tom político da cerimônia não incomodou o músico, que inclusive nem assistiu aos discursos. “Normal. Um evento como esse traz questões que envolvem a nação. E, veja bem, política não é só politicagem”, disse em entrevista a Brasileiros. “Mas essa parte dos discursos de fato me interessa pouco. Porque eu vou fazer o meu discurso agora, no show”, disse.

Ao saber que Eduardo Campos disse anteriormente, no palco, que o discurso musical de Lenine seria muito melhor do que o de qualquer político, o cantor ironizou, rindo: “Ele é danado de falar isso… Ele tem uma sabedoria, não é de graça”.



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