Blogueiros animados

Meus caros, segunda-feira com frio de 8ºC é castigo que só inimigos merecem. Na mídia, uma série de pequenas notícias chama a atenção. Foi só eu falar que, há 22 anos, houve aquele tiroteio na porta do Madame Satã que um jovem morreu ontem em outro tiroteio, também entre gangues rivais, próximo à Parada Gay de Juiz de Fora (MG), uma das mais tradicionais do Brasil. Tivesse ocorrido em outra hora, o incidente não chamaria nenhuma atenção, mas, tão próximo da Parada, foi inescapável. A Folha de São Paulo fulminou: “Adolescente morre em briga de gangues na Parada Gay de Juiz de Fora”. Só depois informam que eles sequer participavam da Parada, não eram gays nem homofóbicos: “Só estavam próximos ao local da festa”. Entre ter morrido na Parada Gay ou próximo a ela existe um abismo, uma lamentável distorção da notícia, que só prejudica a imagem de um evento que foi pacífico, animado, bárbaro, como em geral são as paradas gays. Perdoem-me, mas o jornal errou feio ao optar pela manchete sensacionalista, em detrimento da realidade precisa dos fatos. Lamentável.

Sábado eu estive no Encontro dos Blogueiros Gays de São Paulo, sempre divertido e animado. Esse foi nosso terceiro encontro, não sabemos sequer como nos intitulamos, embora haja certo consenso de que não queremos ser uma associação formal, com sede social, CNPJ, etc. Somos um grupo de homens gays, que escreve em seus blogs, e se reúne periodicamente. Nossa primeira ação está sendo lançar um movimento, talvez possamos chamar de campanha, em prol da igualdade de direitos para os homossexuais. É óbvio, para nós, que os projetos de união civil que todos os candidatos à presidência propõem, achando que assim ficam bem na foto, nada mais fazem que consagrar a desigualdade, pois, se somos todos iguais perante a lei, tal como diz o artigo 5º da Constituição Federal, não existe argumento lógico que nos leve a aceitar algo menos que o mesmo casamento civil a que todos os heterossexuais têm direito. Lançamos essa ideia em nossos blogs e criamos um logo, na verdade copiado da Human Rights Campaign, com o símbolo de igual nas cores da nossa bandeira. A idéia é espalhar o logo por aí, instigando a curiosidade do povo, gerando perguntas as quais podemos responder com o argumento acima. Estou achando o máximo.

Outdoor do momento
Outdoor do momento

Casamento gay, aliás, será o tema de um debate essa noite em São Paulo, no Studio SP, com André Fisher e o nosso candidatíssimo Alê Youssef (Deputado Federal, 4340), além da advogada especialista em Direito Homoafetivo Sylvia Maria Mendonça do Amaral e a DJ Nina Lopes. Será às 20 horas, e a entrada é franca. Só para encerrar, a coluna Gente Boa, do jornal O Globo de hoje, noticiou, com direito a uma foto deliciosa, que alguns cariocas fortões estão alugando o peitoral, tal como outdoor, e nele estampam o nome de uma festa GLS. Adorei a ideia – e a foto. As bibas, me incluo, adoram garotões com airbags, a exposição é garantida. Quem sabe não expõem nosso logo? Abraços do Cavalcanti.


Comentários

2 respostas para “Blogueiros animados”

  1. Gus QUERIDO. Teu eventual silêncio sempre me assusta – cadê meu mineiro favorito??? Pensei em você quando soube que meu amigo Brunão Pacheco ia tocar em BH, mas estava fora, sem o contato dele. Senão tinha pedido para botarem seu nome na lista, e você poderia se apresentar ao DJ mais lindo do Brasil – que também toca muito bem. Veja em (http://www.revistabrasileiros.com.br/23b/2009/09/26/este-bruno-vale-a-pena/). Você por acaso foi?
    Quanto ao nosso direito ao casamento, será uma luta feroz, mas não existe argumento lógico capaz de derrubar a igualdade. Aditei o post de hoje para inserir o convite para o debate sobre o tema em SP. Amanhã, ou depois, volto com o resultado.
    Abraço o mais carinhoso do Lourenço

  2. É interessante perceber como nos negam a igualdade. A parceria civil já pode ser feita por qualquer um, a qualquer hora e em qualquer lugar. A gente só quer que o direito de ser igual seja garantido e, assim, gays também possam conquistar os mesmos direitos dos heterossexuais, inclusive o casamento civil. Pelo menos a mim, não me interessa o casamento religioso… e quando deixam de usar a expressão “casamento civil”, a coisa toda só serve àqueles que tentam desqualificar a nossa fatia da sociedade… qse como se a gente fosse impuro, intocável, incasável… bjos, querido!

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