Boas notícias? Só na imprensa estrangeira

Quase todo dia é a mesma coisa. Você pega a primeira página do jornal, só tem notícia ruim, desgraças, o Brasil indo à falência, o mundo acabando. Lê os colunistas e perde as últimas esperanças.

Já está quase desistindo da vida, quando chega à coluna “Toda Mídia”, no meio do primeiro caderno da Folha, assinada pelo Nelson de Sá e dedicada ao noticiário da imprensa estrangeira.

Ali você encontra um outro noticiário sobre o Brasil, exatamente ao contrário: um país que dá certo, que resiste à crise melhor do que os outros, governado por um presidente cada vez mais respeitado lá fora.

Reproduzo duas notas publicadas hoje no alto da coluna “Toda Mídia”:

Jogo de cintura

A revista do espanhol “El País” relacionou ontem “os protagonistas de 2008″. Abrindo a edição, Lula assinou “É hora da política”, escrito às vésperas do encontro do G20 em Washington. Argumentou o que repete todo dia, em favor de uma mudança na “arquitetura” mundial. Ontem, no também espanhol “La Vanguardia”, mais sobre Lula, com página inteira do Brasil com “jogo de cintura”, o “Bric da estabilidade”, abrindo pela cena do brasileiro à direita de George W. Bush no G20, “todo um símbolo da posição que o país ganhou na economia mundial”.

Não é só a Espanha de Santander e Telefónica que vê esperança no Brasil. O “Washington Post” destacou ontem na coluna de mercado que “em meio ao barulho” em Wall Street “uma tendência positiva emerge ” por Brasil e outros, com alta na Bolsa.

Pós-partidários

No americano “Baltimore Sun”, por outro lado, um longo artigo compara Barack Obama a Lula e ao francês Nicholas Sarcosy. Os três seriam pós-partidários” ou, segundo o enunciado, “um trio para o nosso tempo”. Buscam “justiça social num mundo moderno”, evitando polarização política, e privilegiam o multilateralismo.

Volto eu: vocês não vão encontrar análises semelhantes em nenhum jornal brasileiro. Gostaria até de saber o que pensa disso tudo o meu velho amigo Clóvis Rossi, colunista da mesma Folha, que foi correspondente por muitos anos na Espanha, certamente era leitor do “El País” e do “La Vanguardia” e até hoje torce pelo Barcelona.

Eles não sabem o que estão escrevendo? É tudo besteira? A imprensa espanhola não é séria? O “Washington Post” enlouqueceu? Que se passa, amigo?

A leitura diária de “Toda Mídia” deveria ser obrigatória para os editores da Folha, do Estadão e de O Globo, os três jornalões brasileiros que todo dia separam o joio do trigo e publicam o joio. Só para eles não desanimarem da vida


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.