O historiador Boris Fausto é o primeiro autor confirmando na Festa Literária Internacional de Paraty de 2015. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (16) pelo site oficial do evento.
Fausto, grande nome da historiografia brasileira, ganhou espaço na cena literária com a publicação recente do diário O brilho do bronze, uma coleção de textos feitos após a morte da mulher, Cynira Fausto (1931-2010), com quem foi casado por quase 50 anos (leia mais na resenha abaixo).
Além dos temas tratados em seu livro mais recente, o historiador leva para Flip 2015, que acontece entre os dias 1 e 5 de julho, em Paraty, seu conhecimento para falar sobre o Brasil de maneira geral. Em seus livros, já tratou sobre a cidade de São Paulo, o presidente Getúlio Vargas, a Revolução de 30 e também da própria história em Negócios e Ócios e Memórias de Um Historiador de Domingo.
“Ele é daqueles nomes que me deixaram espantado quando soube que nunca foi à Flip. O trabalho dele como historiador o credenciaria para ter ido em qualquer edição anterior. Mas nos últimos livros o historiador Boris tem cedido espaço a um excepcional narrador literário de não ficção, que tem conseguido se abrir e falar de modo muito pessoal sobre a morte da mulher, a vida amorosa, um casamento que durou 49 anos”, conta Paulo Werneck, curador da Flip pelo segundo ano consecutivo. “Pelo que sei, o livro está conquistando leitores justamente porque Boris não narra as coisas com frieza, mas com auto-ironia, com uma leveza que desconcertam”.
Em janeiro, publicamos uma resenha sobre O Brilho do Bronze. Leia:
Quando adolescente, pouco depois da Segunda Guerra Mundial, o historiador Boris Fausto tentou manter um diário, mas desistiu em alguns meses e o jogou no lixo, pois aquilo estava virando um dever e não uma diversão. Mais de seis décadas depois, com a morte de sua mulher em 2010, voltou ao exercício de escrever quase todos os dias. Seria uma forma de enfrentar o luto. E dessa vez não desistiu.
O resultado é uma coleção de textos sensíveis e agudos que trafegam entre o registro da crônica, da memória e da reflexão. Se a dor da perda é uma constante, o senso de humor a ameniza, o que faz da leitura uma atividade tão comovente quanto prazerosa.
Deixe um comentário