Brasil cumpre meta de redução de emissões por desmatamento

Todas as emissões diretas de dióxido de carbono equivalente relativas à Copa do Mundo 2014 já foram compensadas, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto, instituído pela Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima, foram doadas, até o momento, 420,5 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente, na forma de reduções certificadas de emissões (RCEs), os chamados créditos de carbono.

As emissões relacionadas a atividades do governo federal no Mundial somam 59,2 mil toneladas do gás, montante que inclui as operações da Fifa, os espectadores e as obras já realizadas.

As 11 empresas que atenderam à chamada pública lançada pelo MMA em abril para compensar as emissões de gases de efeito estufa durante a Copa receberam hoje (3) o selo de Baixo Carbono, dentro das comemorações da Semana do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

De acordo com a ministra Izabella Teixeira, é a primeira vez que um país-sede da Copa do Mundo se preocupa em neutralizar as emissões do megaevento. “Isso significa objetivamente que nós não só neutralizamos todas as emissões diretas, naquilo que o Brasil se comprometeu a fazer em relação à Copa do Mundo, como temos créditos que nos foram ofertados. Espero que quando terminar a Copa, e no final do ano, a gente tenha tido capacidade inclusive de mitigar as emissões indiretas da Copa [com esses créditos]”.

O selo de Baixo Carbono está prevista na Lei Geral da Copa e mais empresas estão comprando os créditos para doar ao governo e receber a certificação. A ministra explicou que será feito novo balanço de compensação das emissões após a Copa. Até o momento, o crédito de carbono conseguido já compensou inclusive toda a emissão indireta prevista com o transporte aéreo dentro do país e 19% dos voos internacionais. De acordo com ela, a compensação foi o primeiro “gol verde da Copa”. Além das emissões, o governo também instituiu medidas ambientais para os estádios e para o fomento da agroecologia. 

“Todas as arenas de futebol são certificadas ambientalmente por um selo internacional que é o Instituto Leed (Liderança em Energia e Design Ambiental), umas já têm e até o final do ano as outras vão receber, para o início da Copa só vão ficar faltando quatro. E também a parceria com os ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social para o voluntariado da Copa comer agricultura orgânica, então o kit brasileiro é da agroecologia, é do alimento saudável trabalhando com as cadeias da sociobiodiversidade”.

Além disso, segundo a ministra, a transportadora oficial da Copa e da Seleção Brasileira de Futebol está implantando políticas de mitigação nos voos nacionais e deve inaugurar amanhã (4) um voo com bioquerosene.

O diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do MMA, Adriano Santiago, explicou que todos os projetos de MDL que contribuíram para a compensação das emissões da Copa são brasileiros. “Todas as reduções certificadas usadas para as compensações da Copa são de projetos brasileiros, ou seja, são de projetos desenvolvidos no território nacional. Esse fato no Brasil é relevante porque a grande maioria dos projetos é desenvolvida com recursos próprios, a parte internacional entra com a compra dos créditos, mas a grande maioria é unilateral, é iniciativa do empresariado local”.

As empresas que receberam o selo Baixo Carbono hoje foram: Estre Ambiental S.A, Rima Industrial S.A, Tractebel Energia S.A, Rhodia, Arcelormittal Brasil, Gerdau S.A, Usiminas, Sinobras, Aperam South America, Vallourec e Bunge Brasil.


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