O Brasil começou com o pé direito a caminhada rumo ao inédito ouro olímpico. Na estreia contra o enjoado time do Egito, em Cardiff, capital do País de Gales, a seleção brasileira começou arrasadora no primeiro tempo, marcou três gols e fez parecer que a partida seria fácil. Na segunda etapa o time de Mano Menezes se encolheu, limitando-se a esperar no campo defensivo por ataques egípcios e acabou sofrendo dois gols. No final, sufoco, mas vitória apertada, 3 a 2.
1º tempo – Hello, my name is Oscar
Ainda estranho para alguns, Oscar foi o destaque do jogo. Apesar disso, tem quem não tenha concordado com a escolha do técnico brasileiro em barrar Paulo Henrique Ganso da equipe titular e escolher o jogador que, de quebra, também veste a camisa 10 na olimpíada.
O jovem formado pelo São Paulo teve dois anos muito agitados, de completo estranho, ganhou notoriedade no mundo da bola por romper contrato com seu time de formação alegando ter sido obrigado a se emancipar para assinar um contrato como adulto. Livre do tricolor paulista, Oscar foi para o sul jogar no Internacional de Porto Alegre. Lá ele voltou a ganhar destaque, mas dessa vez por conta de seu futebol, que cresceu de forma assustadora no último ano e fez dele o principal jogador da forte equipe gaúcha. De futebol elegante e inteligente, o meio-campista chamou a atenção dos grandes centros do futebol e pouco antes do início da Olimpíada fechou contrato com o Chelsea, time justamente de Londres, onde acontecem os jogos. Ainda desconhecido por lá, Oscar queria mostrar serviço.
Dominando com classe a faixa central do campo, foi dos pés de Oscar que saiu a jogada do primeiro gol. Aos 16 minutos o camisa 10 enfiou bela bola dentro da área para o lateral direito Rafael que, com frieza de atacante, cortou o zagueiro e colocou no canto para abrir o placar.
Pressionando bastante, o Brasil achou o segundo gol aos 25 minutos. Após erro da zaga egípcia, Oscar recupera a bola, dribla o goleiro mas acaba perdendo o ângulo. Inteligente, o meia percebeu a chegada de leandro Damião e rolou a bola para o camisa 9 ampliar.
Solto, o Brasil partia para cima na base do toque de bola e acabou ampliando o placar apenas quatro minutos depois, aos 29 em bela troca de passes envolvendo Hulk e Neymar que acabou no cruzamento do primeiro e no gol de cabeça do segundo.
O Brasil ainda teve outras chances, mas o primeiro tempo terminou 3 a 0. O Egito não conseguiu testar o sistema defensivo brasileiro, considerado por muitos o grande calcanhar de Aquiles dessa seleção. Neto assumiu a camisa 1 ontem, com o corte oficial do titular Rafael. Apesar de ter Tiago Silva, um dos melhores zagueiros do mundo em atividade, Juan, seu companheiro, falhou nos amistosos preparatórios e iria, na segunda etapa, mostrar o por que precisamos temer.
2º tempo – apagão
Logo no começo da etapa final, aos 6 minutos, após confusão na área brasileira, a bola acabou batendo na trave e, no rebote, Aboutrika empurrou para o gol. O gol parecia um acaso, um azar que não se repetiria.
Aos poucos, o Egito foi tomando o controle da partida, passou a atacar enquanto o Brasil se conformou em se defender, as vezes, de forma desastrada. E foi assim que saiu o segundo gol. Após confusão entre o lateral Marcelo e o zagueiro Juan, a bola sobrou para Salah tirar de neto e encostar no placar, aos 30 minutos do segundo tempo.
O Egito assustou, tentou o empate mas o Brasil conseguiu conter as investidas africanas. Em uma tradução perfeita do que é essa seleção olímpica, a equipe oscilou entre a criatividade e beleza do ataque de Neymar, Oscar, Hulk e Damião e a insegurança do sistema defensivo dos volantes Sandro e Rômulo e do zagueiro Juan.
O próximo desafio da seleção canarinho acontece no próximo domingo, dia 29 de julho, em partida contra a Bielorrússia. O confronto irá acontecer em Manchester às 11h (horário de Brasília).
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