Brasil em Frankfurt

O Brasil é o convidado de honra da Feira do livro de Frankfurt que acontece entre os dias 8 a 13 de outubro. O governo investiu cerca de R$ 18 milhões para promover a riqueza da sua produção literária e cultural no maior evento mundial para o mercado de livros. 

Criado por Daniela Thomas e Felipe Tassara, o Pavilhão Brasileiro quer mostrar toda a diversidade do país, a riqueza cultural de sua música e de sua poesia.

Setenta autores compõem a comitiva oficial de convidados para Frankurft, que foi elaborada pelo Ministério da Cultura. Desse total, 21 vêm de São Paulo, 12 do Rio de Janeiro e 12 de Minas Gerais.

A abertura da participação brasileira na feira aconteceu na terça-feira (8). “É um momento único, de muito prestígio para nosso País. Podemos aproveitar muito da possibilidade de termos mais de 300 mil pessoas na Feira, mais de 100 países representados, para mostrarmos um pouco do Brasil”, afirmou a ministra da Cultura, Marta Suplicy.

País paradoxal

O escritor e  jornalista Luiz Ruffato, escolhido para fazer o discurso de abertura, afirmou que no Brasil reinam a impunidade e a intolerância. Ele foi ovacionado. Leia trecho:

“Nós somos um país paradoxal. Ora o Brasil surge como uma região exótica, de praias paradisíacas, florestas edênicas, carnaval, capoeira e futebol; ora como um lugar execrável, de violência urbana, exploração da prostituição infantil, desrespeito aos direitos humanos e desdém pela natureza. Ora festejado como um dos países mais bem preparados para ocupar o lugar de protagonista no mundo –amplos recursos naturais, agricultura, pecuária e indústria diversificadas, enorme potencial de crescimento de produção e consumo; ora destinado a um eterno papel acessório, de fornecedor de matéria-prima e produtos fabricados com mão de obra barata, por falta de competência para gerir a própria riqueza. Agora, somos a sétima economia do planeta. E permanecemos em terceiro lugar entre os mais desiguais entre todos. Infelizmente, apesar de todos os esforços, é imenso o peso do nosso legado de 500 anos de desmando…”

Leia o discurso na íntegra.

No encerramento das cerimônias, depois do discurso de políticos como o Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, que elogiou a fala de Ruffato e pediu lugar permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU, o vice-presidente Michel Temer discursou lembrando da importância da leitura e dos 25 anos da Constituição de 1988. Ele foi vaiado durante a cerimônia.

A ministra Marta disse não ter achado inconveniente a fala de Ruffato, mas que “faltou mostrar uma parte do país que transcende isso. (…) O Brasil hoje tem programas sociais extraordinários e o autor escolheu fazer uma reflexão por outro ângulo, o que lhe é de direito”, ressaltou em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (9).

Marta disse que as vaias recebidas por Temer foram poucas e só de um grupo, que “provavelmente concordava que um evento como esse é o fórum para esse tipo de colocação [de Ruffato]”.

A programação da feira começa na quarta e segue até domingo. Veja no link.

Acompanhe na Brasileiros os destaques do evento.

 


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