Meus caros, aconteceu comigo, eu e o motorista fomos testemunhas, é fundamental registrar. Estava em um táxi aqui em São Paulo, cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Juscelino Kubitschek, hora do almoço, correria total. Aquele deve ser um dos pontos mais movimentados da cidade e, por consequência, disputados por todos os candidatos. A quantidade de material de campanha de diversos candidatos espalhada pelo chão já era absolutamente antiecológica e imoral. Esperávamos o sinal abrir quando uma menina, que não deveria ter mais do que 15 anos, carregando a bandeira de um candidato a senador, virou-se para mim e perguntou: “Tio, tem uma moeda para eu comprar uma bolacha?”. Dei a ela um dinheirinho, e fiquei ouvindo Gal Costa cantar “Brasil, essa é a sua cara…”. Não tenho nada de pessoal contra o candidato, não se trata de fazer campanha contra ele, mas aquele fato aconteceu, daquela forma, e eu fiquei triste e chocado. Temos muito que andar para dar melhores chances de vida às gerações que já estão aí, e para as que estão chegando. Isso a 72 horas de uma eleição em que muita gente prefere nem votar, ou não está nem aí para o mundo a sua volta.
Até agora não tenho candidato a deputado estadual, e não achei nenhum que me convença. Aceito sugestões, por escrito, e rápido, por favor. Já deixei claro que voto é coisa séria, que não vou jogar o meu fora, e não suporto aqueles que “não estão nem aí para a política”. Para mim isso é uma espécie de corrupção. Intelectual, mas, ainda assim é corrupção. Pela primeira vez em muitos anos, eu me vi batendo boca por causa de política, via Facebook, com um conhecido de bar, que pelo visto deixou sua inegável inteligência e talento naquele balcão, e fica só desdenhando os outros. Para ser elegante, mandei catar coquinho!
Não existe guia ensinando a escolher candidato, lamento informar que somos obrigados a ver tudo o que todos estão dizendo por aí, coisa que não é fácil. E toca procurar candidato que tenha coragem de mencionar seu apoio aos homossexuais. Já vi vários acenando com propostas (ridículas) de união civil, que na verdade acabam consagrando a desigualdade, e eu sempre duvido que eles, chegando lá, realmente lutem por nós. Enfim, queridos, final de semana de fortes emoções, mas nada de fugir da raia, vamos votar com consciência. Abraços do Cavalcanti.
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