Um jornalista da versão online da revista norte-americana Forbes, especializada em dinheiro e finanças, escreveu nesta segunda-feira, dia 13, um artigo em que ataca duramente o preço excessivo cobrado por carros no Brasil, em especial os modelos da montadora Chrysler. Kenneth Rapoza é especialista nos BRICS (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Na matéria intitulada “O Jeep Grand Cherokee brasileiro de ridículos US$ 80 mil”, Rapoza cita especificamente Jeep Grand Cherokee. “Alguém pode imaginar que pagar US$ 80 mil por um Jeep Grand Cherokee significa que ele vem equipado com rodas folheadas a ouro e asas. Mas no Brasil esse é o preço de um básico”, disse, reforçando o absurdo do preço cobrado pelo modelo no país. “Com os R$ 179 mil que paga por um único Grand Cherokee, um brasileiro poderia comprar três, se vivesse em Miami”, escreve Rapoza. O valor é o da versão Laredo; a Limited custa R$ 204,9 mil.
O jornalista ainda acrescenta que “um professor de escola primária pública no Bronx [bairro de classe-média baixa em Nova York] pode comprar um Grand Cherokee pouco rodado, enquanto no Brasil trata-se de carro de bacana”.
Além de pegar no pé do preço do Grand Cherokee, Rapoza cita outros carros, e fala ainda do Dodge Durango, também do grupo Chrysler, que ele estima que será vendido no Brasil por R$ 190 mil. ” “Sorry, Brazukas” (sic),não há status em comprar Toyota Corolla, Honda Civic, Jeep Cherokee ou Dodge Durango; não se deixe enganar pelo preço cobrado”.
A citação de Civic e Corolla é importante porque, nos Estados Unidos, estes são considerados carros baratos, de entrada — mas no Brasil, mesmo fabricados localmente, custam mais de R$ 60 mil (cerca de US$ 30 mil).
O que Kenneth Rapoza diz é que o consumidor brasileiro confunde preço alto com qualidade, e atribui status a qualquer coisa que seja cara. O jornalista reconhece que vê esse “valor de imagem” em carros de Audi, BMW, Mercedes-Benz e grifes esportivas italianas, mas jamais em modelos do grupo Chrysler.
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