Brinquem com a gente

Brinquem com a genteAniversário de criança tem palhaço, tem mágico, tem lembrancinhas. Sem querer vestir a primeira carapuça, mas experimentando a segunda (até porque, para fazer revista, é necessária alguma noção de magia), oferecemos também algumas lembrancinhas para nossos leitores nesse terceiro aniversário. São brincadeiras como lembrar 3 nomes de grandes homens, 3 grandes mulheres, 3 grandes filmes (que tal O Poderoso Chefão, de Coppola? Todos os três). São lembranças que ocorrem a nossos ilustres e queridos colaboradores. Alex Solnik, por exemplo, elegeu a música Suzanne, de Leonard Cohen. Segundo ele, o verso “you’ve touched her perfect body with your mind” é de arrepiar a alma. Vamos lá. Nada muito sério. Brinquem conosco, façam suas listas tríplices e feliz aniversário!!!por Hélio Campos Mello

DIRETORES DE CINEMA

DAVID LINCHDavid Linch, o cineasta de Veludo Azul, conta a história criteriosamente dividida entre texto, música e imagens que assombram e revelam por muito tempo, após tudo ficar escuro e silencioso novamente.Marcio Scavone (fotógrafo)

STANLEY KUBRICKMinha dica é um pouco old fashioned, Stanley Kubrick. Nos filmes dele – ao contrário de um outro preferido meu, Woody Allen -, a forma é tão importante quanto o conteúdo.Bob Wolfenson (fotógrafo)

FERNANDO MEIRELLESFernando Meirelles e o diretor de fotografia César Charlone tem uma sinergia invejável. Em Cidade de Deus, o trabalho dos dois funde-se em uma coisa só. Vejo Charlone em ação e sou tomado pela boa sensação de que ainda tenho o que aprender.J.R. Duran (fotógrafo)

GRANDE HOMEM

ROBERTO BURLE MARXRoberto Burle Marx ajudou o Brasil a descobrir que é o belo, ao nos ensinar, em obras como o Parque do Flamengo, a reverenciar quaresmas, ipês e jacarandás, tanto quanto gramados ingleses ou jardins franceses. A beleza era nossa, e não sabíamos.Marta Góes (jornalista e dramaturga)
NELSON ROLIHLAHLA MANDELAA partir de 2010, 18 de julho será o dia internacional Nelson Mandela. Para mim, e para boa parte da humanidade, esse é “o cara” dos nossos tempos. E, certamente, um dos maiores caras de todos os tempos. Seus muitos e conhecidos feitos políticos e humanitários são pouco para descrevê-lo. Mandela é símbolo da não violência, de justiça, de generosidade, de compaixão. Humildemente, há poucas (ou nenhuma) pessoas que eu admire mais nesse mundo…Maria Antonieta Del Tedesco Lins (economista)

ROBERT REDFORDFoi o primeiro homem que mexeu comigo,quando tinha 5 anos. Inesquecível!Dorien Barretto (diretora de arte da Brasileiros)

GRANDE MULHER

IRMÃ GENOVEVAA Irmã Genoveva da Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus nasceu na França, mas vive entre os Tapirapés do norte do Mato Grosso desde 1952. Alegre e modesta, é uma das principais responsáveis pela verdadeira ressurreição desse grupo indígena. E, certamente, vai ficar embaraçada em ser aqui lembrada.André Toral (autor de Bastidores da História da Brasileiros)

ZEZÉ GONZAGANem todas as pautas musicais, nem todas as linhas do planeta serão o bastante para expressar a admiração e o carinho que teço por essa mulher, dona da voz mais linda e musical que soou por essas bandas.Se paro para pensar, logo me envaideço: que alegria fazer muito som com Z ezé Gonzaga.Vidão!Arismar do Espírito Santo (músico)

ZILDA ARNSA médica Zilda Arns dedicou sua vida às crianças e aos desfavorecidos. Fundadora da Pastoral da Criança no Brasil e no Exterior, tinha o verdadeiro espírito franciscano. Premiada internacionalmente pelo seu trabalho, frequentou várias vezes listas de candidatos ao Prêmio Nobel da Paz. Morreu durante o terremoto de janeiro no Haiti, onde estava para ajudar a implantar a Pastoral da Criança.Eduardo Hollanda (jornalista)

FILMES

O LEOPARDOO Leopardo, de Luchino Visconti, 1963. Grande história, grande política, imensa beleza siciliana. E a valsa de Burt Lancaster e Claudia Cardinale. Jorge Caldeira (historiador)
VERTIGOVertigo. Aqui no Brasil, Um Corpo que Cai, dirigido pelo sir Alfred Joseph Hitchcock. Para mim, o melhor filme dele. E é adaptado do romance D’entre les morts, da igualmente genial dupla de franceses Boileau-Narcejac, de quem Hitchcock filmou algumas preciosidades. Se pudesse citar mais um filme, ficaria indiscretamente olhando pela janela. Mas, desta vez, lendo Cornell Woolrich.Mario Prata (escritor)

SÃO PAULO S/AJá que a lista é dedicada aos 3 anos da Brasileiros, minha dica é um dos filmes mais ousados de nossa cinematografia. São Paulo S/A, de Luís Sérgio Person, é sem dúvida atemporal e único.Marcelo Pinheiro (repórter da Brasileiros)

MÚSICAS

CINEMA PARADISOMúsica é emoção, claro. Me ocorre o tema de Cinema Paradiso, do romano Ennio Morricone. Há várias execuções, de váriosintérpretes. A que prefiro é um ensaio da Orquestra Bachianas de João Carlos Martins, esse genial pianista. Há um filme bem curto, pouco mais de três minutos, clique aqui para ver. Não perca.É muito emocionante.Hélio Campos Mello (fotógrafo)

VIDA BOAA primeira vez que ouvi Vida Boa foi a caminho do sítio, no rádio do carro lá em Porangaba. “Que vida boa ô ô ô Sapo caiu na lagoa Sou eu no caminho do meu sertão” Nem sabia que a singela música era de Victor e Leo, nem sabia quem eram Victor e Leo… Pouco tempo depois, os dois estavam nas paradas, no Faustão, na novela das oito, no Canecão… Hoje, eles têm até vião.No Brasil, tudo acontece muito depressa.Ricardo Kotscho (jornalista)

CARINHOSOA música de que eu mais gosto é Carinhoso, do Pixinguinha. É a música que melhor define o estilo do brasileiro. Deveria substituir o Hino Nacional. Mas quando vejo a seleção brasileira, penso em “Tristeza não tem fim, felicidade sim”, de Tom e Vinícius.Nirlando Beirão (jornalista)

OBJETO DE DESEJO

FURADEIRA /PARAFUSADEIRANada me fascina mais do que uma boa loja de ferramentas. Fico maluco quando vou à rua Florêncio de Abreu, no Centro de São Paulo. Adoro cuidar da manutenção da casa. Ficaria muito feliz se pudesse ter uma furadeira/parafusadeira, a bateria, sem fio, da Black&Decker. Isso é que é liberdade. Sair por aí parafusando coisas sem estar ligado na tomada. Sei que não custa uma fortuna, mas tem aquela velha história: se eu tivesse todos os meus parafusos no lugar, eu até compraria, como não tenho uma parafusadeira, não posso fazê-lo. Ficará eternamente na minha lista de objetos de desejo.Celso Curi (jornalista)
PAZTenho um mestre chamado Prem Rawat, também conhecido pelo título honorífico de Maharaji, que faz um trabalho no mundo inteiro sobre a possibilidade de Paz no coração do ser humano. Meu objeto de desejo é que cada vez mais pessoas possam ter paz interior por meio do autoconhecimento.Maggy Harrison (assina a página de Astrologia da Brasileiros)

ÁGUAEu adoro água. Aqui em São Paulo, sempre que podia ia para a praia, em Santos, às 5 horas da manhã e só saía às 6 da tarde. Na Paraíba, tomava cinco banhos de riacho por dia, escondido da minha mãe.Irani Estrela Dantas (copeira da Brasileiros)

TÉCNICO DE FUTEBOL

TELÊ SANTANATelê Santana. Ele tinha uma visão diferente do futebol e da vida. Valorizava a beleza e a ética. Era um cara inatacável. Podia ser meio teimoso em algumas convicções táticas, mas só era inflexível mesmo na defesa do bom jogo, da não violência, da graça e da picardia em um jogo que, no fundo, é isso mesmo, uma brincadeira gostosa.Flávio Gomes (jornalista)

OSWALDO BRANDÃOMeu técnico não existe mais, mas valia por uma comissão técnica inteira. O “paizão” se preocupava com tudo, desde o colchão no qual os jogadores iriam dormir, até se a geladeira deles estava cheia. Oswaldo Brandão, conhecido como “Caçamba”.Silvio Luiz (jornalista)

MURICY RAMALHOMuricy Ramalho. Um trabalhador, respira futebol 24 horas por dia e cativa o torcedor com seu jeito de paizão e apaixonado à beira do campo. Além disso, é um vencedor.Fernando Figueiredo Mello (editor do site da Brasileiros)

TURISMO

CHAPADA DOS GUIMARÃESPara apreciar a exuberância da natureza brasileira, sugiro uma visita à Chapada dos Guimarães, seguida por um passeio no Pantanal Mato-grossense. Confesso que nunca vi uma coisa igual em nenhum outro País. É deslumbrante!Jim Wygand (consultor)
NATIVIDADENossa dica é a bela Natividade no Tocantins. Por quê? Porque, ali, o tempo manteve guardado quase em segredo as ruas coloniais que criam becos inesperados ou se abrem em espaços harmoniosos; as joias em filigrana de origem fenícia; a ancestral pedra canga, esconderijo de espíritos e do ouro; pela dança súcia; e ainda pelo doce biscoito Amor Perfeito. A cidade foi tombada como Patrimônio Cultural pelo IPHAN.Heitor e Silvia Reali (jornalistas)

LITORAL CATARINENSERecomendo o litoral catarinense. Apesar de a época não ser a mais propícia, praias como a do Rosa e a Guarda do Embaú permanecem lindas durante todo o ano. O lugar também é muito frequentado por nossos hermanos argentinos e uruguaios.Diogo Mesquita (estagiário da Brasileiros)

LIVROS

NOTURNO DO CHILENoturno do Chile, de Roberto Bolaño (1953-2003). O conjunto de sua obra é um dos mais consistentes e originais na literatura hispano-americana, pois constrói um estilo que, ancorado em uma relação profunda e séria com a tradição literária ocidental, se expande na direção de novas possibilidades de compreensão do próprio conceito de Literatura. Como Borges e outros tantos grandes escritores, Bolaño é, antes de qualquer coisa, leitor contumaz, mas é também um contador de histórias compulsivo, com raro domínio linguístico e narrativo, ingredientes que fazem dele certamente uma das vozes mais sedutoras e estimulantes em língua espanhola.Laura Hossiason (professora de literatura)

A CIDADE E AS SERRASA Cidade e as Serras foi para mim o portão de entrada no mundo de Eça de Queiroz. É um livro encantador, não só pelo enredo e primorosa linguagem. Mas, sobretudo, pela construção dos personagens e de ambientes, pelas reflexões tão ricas e as descobertas cuidadosamente engendradas. A isso se soma a habilidade de Eça em lidar com o tempo, os valores e os sabores, nessa gradual construção de um mundo feliz. Não é um Eça jovem, ácido e brilhante. É um Eça mais velho e magnífico.Marcos Rodrigues (assina a página Pequenos Contos da Brasileiros)

A PASTORAL AMERICANAEm A Pastoral Americana (1997), o maior escritor americano vivo, Philip Roth, encontra seu equilíbrio. Nem tanto sarcasmo como nos primeiros romances. Nem tanto fatalismo como nos mais recentes. Walterson Sardenberg Sº (jornalista)



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