Meus caros, detesto falar sobre BBB, acho o fim da picada, mas a forma como mobiliza a população brasileira é impressionante, não posso ignorar. Este ano, a escolha dos participantes já antecipava muito tiroteio, com 3 participantes homossexuais, dois gays bem caricatos e uma lésbica, eliminada ontem da competição depois de uma votação recorde de 77 milhões de votos. Parece que ao menos esse problema a Globo conseguiu resolver, melhorar a audiência. Duas coisas já ficaram claras: os dois gays carnavalescos, Serginho e Dicesar firmaram uma posição até agora segura, resistiram a paredões e não atraíram a fúria do povo, mas também não são unanimidades nacionais; e, do outro lado do ringue, cada vez mais forte, impõe-se Marcelo Dourado, bonitão capaz de afrontar toda a comunidade científica mundial ao afirmar que HIV é coisa de gay. Ele já acumula vários comentários claramente homofóbicos, e, evidentemente, vai polarizar a disputa com os gays restantes. Um dos principais sites gays do mundo, o americano advocate.com, já está falando de Dourado, e conclama a todos a derrubá-lo tão logo seja possível.
Baixaria? Sem dúvida alguma, pelo menos na minha opinião, acredito que existem formas muito mais edificantes de se utilizar a força da mídia, mas um aspecto me parece inegavelmente positivo – homossexualidade e homofobia estão sendo exibidos e discutidos. A emissora, que jamais permitiu um beijo gay em suas novelas, acabou trazendo os temas para o horário nobre. Na votação de ontem, a lésbica saiu com 55% dos votos, índice expressivo, mas Dourado teve 38%, ou seja, sua posição não é segura de jeito nenhum, e o gay Dicesar recebeu apenas 7%. Acho que, à medida que o jogo se aproxima do final, a discussão pode esquentar e até mesmo ser produtiva. Ingenuidade minha? Veremos. Um detalhe, contudo, merece atenção – será que as votações são realmente à prova de hackers, como afirma Rede Globo? Lembrem-se da enquete fraudada no site do Senado Federal, o assunto é sério!
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