O biólogo Walter Alves Neves, do Instituto de Biociências da USP, e o geólogo Luís Beethoven Piló acabam de lançar o livro O Povo de Lagoa Santa – Em Busca dos Primeiros Brasileiros (Editora Globo, R$ 32,00). É uma leitura essencial para conhecer a história de Luzia e as descobertas feitas por brasileiros sobre um capítulo surpreendente da pré-história da terra brasilis.
Tudo começa, é claro, com Peter Lund. Ele foi o primeiro a perceber a diferença entre os crânios de Lagoa Santa e os dos índios do Novo Mundo, que lembram os dos asiáticos. Ele enviou 29 crânios para Copenhague e doou um para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio, onde se encontra até hoje. Walter Neves (na foto, inspecionando os crânios da coleção Lund em Copenhague) e o antropólogo argentino Héctor Pucciarelli estudaram aqueles crânios, assim como outros muito antigos desenterrados em diversos pontos das Américas.
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Em 1989, lançaram a hipótese de que existiu uma primeira migração humana para a América, formada por populações com traços que lembram os dos africanos. Os ancestrais de Luzia teriam cruzado o Estreito de Behring no fim da Idade do Gelo, há mais de 13 mil anos e antes corrente migratória que deu origem aos índios americanos que conhecemos. objetivo das escavações de Neves e da equipe do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos em Lagoa Santa é reunir um número suficiente de crânios para comprovar essa hipótese sem sombra de dúvidas.
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