Cachoeira se nega a responder perguntas à CPMI

Foto Reprodução

Carlinhos Cachoeira e seu advogado, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos

Carlinhos Cachoeira se negou a falar no esperado depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional na audiência da nesta terça-feira, dia 22,  postura que já era esperada pelos parlamentares. Visivelmente abatido e acompanhado da noiva, Andressa Mendonça, e de um grupo de seguranças, o bicheiro argumentou que manteria o silêncio, mesmo em sessão secreta, por orientação dos advogados. “Constitucionalmente fui advertido pelos advogados para não dizer nada e não falarei nada aqui, somente depois da audiência que terei com o juiz. Se achar que posso contribuir, pode me chamar que responderei a qualquer pergunta”, disse Cachoeira.

Incomodado com as perguntas dos parlamentares mesmo diante da sua negativa de dar respostas, Cachoeira afirmou que a audiência foi forçada. “Antes de eu depor no juiz eu não posso falar, não vou falar. Depois disso, vamos ver. Foi o pedido de sempre para reavaliar nossa vinda. Quem forçou foram os senhores.” (…) “Tenho muito a dizer depois da minha audiência, pode me convocar”, afirmou ele.

Diante da postura de Cachoeira, os parlamentares reduziram as suas perguntas. O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), que tinha cerca de 200 perguntas preparadas, fez apenas cinco. Outros, como o deputado Fernando Franscichini (PSDB-PR), se irritaram com a situação. Franscichini chegou a pedir à presidência da CPI que os parlamentares fossem tratados com respeito e não “como palhaços”.

Audiência remarcada
Inicialmente marcado para o dia 15 de maio, o depoimento foi adiado após liminar concedida pelo ministro Celso de Mello na semana passada. O ministro acatou o pedido da defesa que alegou o bicheiro permaneceria em silêncio durante o depoimento “por não conhecer apropriadamente as provas a ele vinculadas”. No mesmo dia, a comissão autorizou o acesso aos processos e derrubou o argumento da defesa remarcando o depoimento para esta terça.

Acusações
Preso desde o dia 29 de fevereiro, em decorrência da chamada Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira responde a inquérito pela suposta prática dos crimes de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, contrabando, corrupção ativa e passiva, peculato, prevaricação e violação de sigilo, visando assegurar a exploração ilegal de máquinas eletrônicas de jogos, bingos de cartelas e jogo do bicho no estado de Goiás.

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