Caetano e Chico surpreendem intelectuais ao defender censura a biografias

Muitos amigos meus escritores e jornalistas reagiram com surpresa às posições de Caetano e Chico defendendo censura de biografias. Eles e uma certa associação chamada Procure Saber, da qual fazem parte e que é presidida por Paula Lavigne propõem que as biografias devem ser, além de autorizadas, pagas ao biografado. Eu não me surpreendi. Eles sempre foram inimigos da imprensa. E a biografia é uma grande reportagem. Quando Caetano era vetado nos grandes jornais, durante a ditadura, dava entrevistas caudalosas a jornais da chamada imprensa nanica, tais como “Bondinho”, de dez, doze páginas; mas quando virou superstar, resolveu ser ele mesmo um jornalista, escrevendo a respeito de si próprio e divulgando suas opiniões acerca de tudo. Chico também tem esse perfil. Nunca gostou de dar entrevistas, a não ser para amigos. (Como Roberto Oliveira, em série para a TV Bandeirantes, remunerada, naturalmente.) Quando em 1996 escrevi uma matéria de verdade a respeito de sua separação da Marieta Severo, na qual todos os fatos eram verdadeiros, pois me foram contados por seus amigos próximos, ele processou a Manchete, não a mim, porque de mim ele não levaria nada. Mas da Manchete ganhou 300 mil reais. Embora tudo fosse verdade, pois eles estavam separados mesmo. Escrevi tudo isso motivado pela “Carta aberta a Caetano” assinada pelo escritor Benjamin Moser na capa da Folha Ilustrada de hoje. Recomendo vivamente. 


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