Finalmente o verão chegou de verdade! Veio com força, registrando temperaturas bastante elevadas onde isso nunca foi muito comum, como a cidade de São Paulo. Mas embora os dias de sol tenham uma relação importante com a saúde, existem condições que aparecem com maior frequência nesta época do ano. Em especial, os cálculos urinários e suas consequências, como a temível cólica renal.
A litíase urinária (o nome científico das “pedras” nos rins) atinge cerca de 7% da população brasileira e é três vezes mais comum entre homens na faixa dos 20 aos 50 anos do que em mulheres.
O que o verão tem a ver com isso? Sob temperaturas mais elevadas, o corpo perde mais água pelo suor e diminui a quantidade de líquido eliminada na urina, que fica mais concentrada. Com a mudança, certas substâncias excretadas pelos rins, como o cálcio, podem ficar menos solúveis e sofrer uma espécie de precipitação, levando à formação de um pequeno cálculo ou pedra. Imagine um frasco com água e areia. Se a quantidade de areia for pequena, irá se dissolver completamente na água. Se o volume de areia aumentar ou a água diminuir, haverá uma precipitação dos grãos no fundo do frasco.
O calor agrava o quadro. Pesquisa feita em uma siderúrgica mostrou que os homens que trabalhavam sob temperaturas altas, perto dos fornos, apresentaram 10 vezes mais episódios de litíase urinária do que os trabalhadores que atuavam em temperaturas mais baixas.
Assim, é muito importante tomar muito líquido durante os dias quentes. A quantidade ideal está ao redor de dois a três litros por dia. Tem mais: a ingestão de líquido deve ser constante, para manter a produção de urina sempre alta. Nos momentos de maior calor ou prática de exercícios e, consequentemente, maior sudorese, deve-se tomar ainda mais líquido. A dica é beber água para “repor” o líquido perdido no suor e pela urina.
No entanto, não é qualquer líquido que é bom. As bebidas alcoólicas, por exemplo, aumentam a quantidade de urina de uma hora para outra, mas esse é um efeito que desaparecerá rapidamente. As bebidas isotônicas também devem evitadas, pois são ricas em sódio e cálcio, o que eleva a produção de cálculos.
Existem ainda algumas situações que favorecem a maior produção de cálculos urinários, como a eliminação de muito cálcio pelos rins ou sua absorção em demasia pelo intestino. Além disso, indivíduos que apresentam níveis elevados de ácido úrico no sangue, têm infecções urinárias repetidas vezes ou seguem dietas ricas em proteína animal, cálcio ou sódio estão mais sujeitos.
Mesmo assim, em mais de 50% dos casos não se consegue encontrar uma causa específica. Muito provavelmente, a ingestão insuficiente de líquidos está associada a esse doloroso problema.
Ouça meu conselho – para aproveitar esse verão com muita saúde, encha a cara de água! Não é difícil e fará diferença.
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