A Câmara do Paraguai, controlada pela oposição, aprovou na manhã desta quinta-feira, dia 21, o julgamento do impeachment do presidente Fernando Lugo. Em resposta, Lugo anunciou que não vai renunciar e que vai se submeter ao julgamento por “mau desempenho de suas funções” em consequência de um confronto armado que matou 6 policiais e 11 camponeses na sexta-feira, dia 15, em Curuguaty.
“Este presidente não vai apresentar renúncia ao cargo e se submete com absoluta obediência à Constituição e às leis para enfrentar o julgamento político com todas as suas consequências. Não existe nenhuma causa válida, nem política, nem jurídica, que me faça renunciar a este juramento”, disse Lugo em um pronunciamento à nação.
O pedido de Impeachment foi aprovado por 73 votos contra 1. O processo ainda deve passar pelo Senado, também controlado pela oposição a Lugo, onde deve ser julgado em caso de aprovação.
Lugo cancelou sua vinda para a Rio+20 para se dedicar à crise política em seu país.
Conflito
Na última sexta-feira, dia 18, trabalhadores sem-terra entraram em confronto com policiais durante uma operação de despejo de uma fazenda na colônia Ybyrá Pytá, em Curuguaty, no departamento de Canindeyú, a 380 quilômetros de Assunção, capital do Paraguai. No embate morreram 6 policiais e 11 trabalhadores rurais.
No sábado, dia 16, o ministro do Interior, Carlos Filizzola, e o comandante da polícia, Paulino Rojas, tiveram seus mandatos cassados.
Os conflitos para desocupação de terras são constantes no país e os sem-terra acusam o Estado paraguaio de ter cedido ilegalmente terras a latifundiários e durante a ditadura do general Alfredo Stroessner (1954-1989).
Deixe um comentário