Câmara cria mais 14 mil cargos federais e Temer volta a falar em CPMF

Plenário da Câmara dos Deputados vota reajustes salariais para o funcionalismo - Foto:  Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara vota reajustes salariais para o funcionalismo – Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

O jornal Folha de S.Paulo informou nesta sexta-feira (3) que a Câmara dos Deputados criou mais 14.419 cargos federais, quase quatro vezes os 4.000 postos comissionados que o presidente interino Michel Temer prometeu cortar para reduzir gastos. 

A autorização constava do projeto de lei que concedeu aumento a servidores da Suframa, uma das medidas do megapacote de reajustes salariais que trarão gastos adicionais de R$ 58 bilhões. Dentre os cargos aprovados, a maior parcela é de técnicos em educação (4.732), pasta controlada pelo ministro Mendonça Filho, do DEM. 

Incomodado com as críticas de que não está cumprindo suas promessas de austeridade fiscal, Michel Temer disse, em entrevista ao telejornal SBT Brasil, que a aprovação dos reajustes salariais pacificou a relação do governo federal com os servidores públicos e terá custos discretos: “Isso pacifica a ação do governo com esses servidores por dois, três ou quatro anos. É um aumento discreto que praticamente quase não cobre a inflação. É útil para o governo, é útil para os servidores”, disse Temer.

Para cobrir o rombo nas contas públicas, que pode chegar a R$ 170,5 bilhões neste ano, Temer voltou a defender a reforma da Previdência: “Ou a Previdência Social tem de ser reformulada, ou então todos os pensionistas sofrerão”, disse o presidente, que acredita que a questão da idade mínima e o tempo de contribuição precisarão ser modificados: “Não queremos prejudicar aqueles que já estão no mercado de trabalho. Podemos estabelecer regras de transição. Se o prazo é de 35 anos, talvez quem tenha, sei lá, 15, 20 anos, tenha que contribuir mais um ano, por exemplo”.

Na entrevista ao SBT, o presidente interino disse ainda que a volta da CPMF não está descartada: “Descartado aumento de imposto não está, se for necessário, farei. Tentaremos evitar. Se vier, será necessariamente temporário”.

Temer defendeu ainda a antecipação do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado: “Ficar nessa situação de transitoriedade não é útil para a senhora presidente, que fica fazendo campanha pra voltar, e não é útil para o governo, que é olhado como se fosse provisório”. 


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