“Agora eu fiquei doce/ igual caramelo/ Tô tirando onde de Camaro amarelo”. A música é da dupla de sertanejo-brega-universitário Munhoz e Mariano, uma das muitas surgidas na esteira de Michel Teló (nossa, nossa/assim você me mata) e é um bom parâmetro da posição de status que o carro da Chevrolet atingiu no Brasil.
Afinal, não faria sentido cantar, por exemplo, “tô tirando onda de Palio Weekend amarelo”, certo? Errado. A comparação entre o Palio Weekend, carro familiar da Fiat, e o Camaro amarelo da música faz algum sentido. Em concessionárias americanas, o musculoso veículo da GM pode ser encontrado por a partir de US$ 23.280 na versão mais simples. Já o carro da Fiat, que não é vendido nos Estados Unidos, sai no Brasil por R$ 51.500, segundo a tabela da consultoria Molicar, o que equivale a US$ 25.121,95 pelo câmbio atual.
A diferença de preços entre os países fica ainda mais evidente quando os detalhes do Camaro são comparados com o station wagon da Fiat. Por US$ 23.280, é possível comprar o Camaro 1LS com motor 3.6L V6 movido à gasolina e câmbio manual de seis marchas. Além de enorme, o motor é muito potente. O modelo acelera de zero a 100km/h em apenas 6 segundos.
O carro ainda vem com CD player, bluetooth, tecnologia de controle de estabilidade, monitorização da pressão dos pneus, airbags frontais e de cortina, direção hidráulica e ar-condicionado com controle de temperatura. Um carro para deixar qualquer um “doce”.
Estrela da franquia de filmes Transformers no papel de Bumblebee (ele é, aliás, um dos atores mais verossímeis do filme), o Camaro é vendido no Brasil desde 2010, mas apenas na versão 6.2 V8 16V de 406 cavalos. De acordo com a tabela Fipe, o automóvel custa R$ 200.200.
No caso do Palio Weekend, desembolsando US$ 25.121,95, o consumidor brasileiro leva para casa um carro com motor 1.8 16V flex com câmbio manual de cinco marchas. O modelo acelera de zero a 100km/h em 10,7 segundos.
Neste caso, os itens de série são dois apoios de cabeça no banco traseiro, ar-condicionado, direção hidráulica, faróis de neblina e preparação para som e rodas em liga leve.
Os preços brasileiros
Recentemente, um artigo publicado pela revista americana Forbes reacendeu as discussões sobre o alto custo de venda dos veículos no Brasil. Na reportagem, o consumidor brasileiro era tratado como ingenuo, já que paga um valor muito alto por um carro que aqui é visto como modelo de luxo, mas que nos Estados Unidos não possui tanto glamour.
Com a intenção de provar essa diferença, um levantamento feito há pouco tempo comparou os preços de alguns modelos que são vendidos no Brasil e nos Estados Unidos.
De acordo com a pesquisa, uma Mercedes ML pode custar 253,33% a mais no Brasil que nos Estados Unidos. Segundo o levantamento, no Brasil o veículo é vendido por R$ 265 mil, enquanto nos Estados Unidos o mesmo modelo pode ser comprado por R$ 75 mil.
Entre as explicações para os altos preços dos automóveis no Brasil, estão os elevados impostos, o alto custo da mão de obra, a baixa competitividade das montadoras locais, o custo elevado de matérias-primas como o aço e a energia e a margem mais elevada das montadoras.
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