Camisinhas e lubrificante para Bento XVI

Queridos, conta-se que quando Napoleão Bonaparte já mandava e desmandava na França, embalado por suas fantásticas conquistas militares, e por sua capacidade de botar ordem na bagunça que aquele país virou depois da revolução, rapidamente entrou em rota de colisão com a Igreja Católica. Foi quando chamou à sua presença o Cardeal de Paris, e, em uma conversa pública, dando provas de sua notória arrogância, afirmou: “Senhor, depois de destruirmos a monarquia, destruiremos a vossa igreja”. O cardeal, macaco velho, respondeu-lhe de plano: “Senhor, isso nem nós conseguimos!”. O diálogo pode até mesmo nunca ter ocorrido, mas os membros do clero sempre adoraram essa história, contada em prosa e verso sempre que alguém prenuncia o fim do catolicismo. É bem verdade que Nostradamus arriscou-se a prever algo assim, nos indecifráveis versos de suas centúrias. Segundo ele, depois do apocalipse, que os Maias, do outro lado do Oceano, marcaram matematicamente para 2012, a igreja acabaria, e Roma se tornaria uma cidade muçulmana, além de outras surpresas.

Bento XVI parece se esforçar para manter na mídia razões suficientes para confirmar os piores prognósticos. Em seu mais recente livro, Luz no Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos, lançado ontem na Europa, defende enfaticamente o Papa Pio XII, que teve excelentes relações com a Alemanha nazista, com quem assinou diversos tratados muito amistosos antes da guerra, e calou a boca durante o holocausto dos judeus. João Paulo II era polonês, país arrasado pelos alemães na 2ª Guerra, e mandou abriu os arquivos do Vaticano para que historiadores provassem quem foi o Papa que apertou as mãos de Hitler, leiam O Papa de Hitler, livro de John Cornwell. Ratzinger e seu antecessor discordam sobre esse ponto, mas são todos igualmente facínoras. Curiosamente, isso ocorre ao mesmo tempo em que deixou escapar uma declaração favorável ao uso da camisinha, por razões sanitárias, diga-se. O BBB Marcelo Dourado discordaria, mas isso é uma revolução para a Igreja, ainda hoje uma das maiores e mais bem estruturadas multinacionais do planeta, com filiais e missões humanitárias em quase todos os países pobres. Ela tem poder para ajudar muita gente, e salvar vidas aqui, nesse plano, antes mesmo do juízo final. Acho que devemos manter nosso pleito pelo casamento homossexual da agenda da Igreja. Eles latem contra, mas deixam caravanas passarem, leiam o livro de James Alison. Abraços do Cavalcanti.


Comentários

3 respostas para “Camisinhas e lubrificante para Bento XVI”

  1. Muito obrigada! Escolhi um que deve ser sensacional. A cidade e o pilar. Vou pedir emprestado para ele depois…haha

    Beijo!

  2. Lourenço. Sempre acompanho suas postagens, mas hoje, na verdade, vim até aqui para pedir uma sugestão. Quero dar um livro de presente de amigo secreto para um amigo meu. Ele é homossexual e acho que gostaria muito de ler uma história sobre o tema. Há um tempo, em um post seu, vi uma sugestão de um livro nesses moldes, mas não me lembro do nome. 🙁
    Me ajuda? Acho que você deve ter diversas sugestões de leitura…

    Beijos

    1. Querida, procure nos posts relacionados aqui (.http://www.revistabrasileiros.com.br/23b/category/livros/) Eu sou daqueles metidos que vivem recomendando livros, para me passar por intelectual.
      Abraço,
      Lourenço

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