Um grande ator se nota pelo brilho do talento, mas também pelo brilho do suor. Com 20 filmes, oito peças e algumas novelas e minisséries no currículo, Irandhir Santos, aos 38 anos, é um verdadeiro operário do ofício, como bem intitulou Marcelo Pinheiro em sua ótima matéria de capa. A expressão também alude ao personagem que o ator pernambucano, popularmente conhecido como o deputado Bento de Velho Chico, vive em Redemoinho. O filme é baseado em contos de Luiz Ruffato, tem direção do televisivo José Luiz Villamarim e vem conquistando unanimidade (nada burra) entre a crítica e o público dos festivais por onde passou.
Outro que une talento e mão na massa – ou no piano – é Marcelo Bratke, grande ás das teclas de marfim. Seu projeto de recuperação da obra de Villa-Lobos é uma injeção de ânimo em nosso orgulho combalido. No espectro mais pop de nossa brasilidade, a cantora e compositora Juliana Kehl também faz bonito com seu novo CD, Lua Full. Guardem esse nome.
Já na seara teatral, amor confesso de Irandhir, um perfil do grupo União e Olho Vivo, que vem promovendo teatro de rua desde os tempos em que era perseguido pela ditadura, há 50 anos. É o que se chama fazer a diferença.
Perseguido também é o pobre personagem de Michel Laub, um dos melhores escritores dos últimos anos. Em O Tribunal da Quinta-Feira, o narrador conta do linchamento de que é alvo nas redes sociais, depois do vazamento de uma série de e-mails, em que tece comentários machistas e homofóbicos. Redes, aliás, que seriam um prato cheio para os verbetes de Ambrose Bierce e seu Dicionário do Diabo. E como esse tal de diabo tem aprontado….
Boa leitura e até a próxima.
Abraços!
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