Após uma semana em que o país, querendo ou não, ficou ligado no julgamento do casal Nardoni, espero que o resultado anunciado no início desta madrugada de sábado, com a condenação dos dois acusados pela morte da menina Isabella, de 5 anos, tenha servido para devolver à população a confiança na Justiça.
Chega de impunidade! Aqui se faz, aqui se paga, dizia-se antigamente, antes que em tempos mais recentes se alastrasse na população o sentimento de que basta ter dinheiro para pagar bons advogados que ninguém vai para a cadeia.
Neste julgamento, até onde consegui acompanhar, cada um cumpriu seu papel como deve: o juiz Maurício Fossen, o promotor Francisco Cembranelli, o advogado da defesa Roberto Podval e os sete anônimos jurados. Deu a lógica, fez-se Justiça: o pai, Alexandre Nardoni, foi condenado a 31 anos de prisão e, a madrasta Ana Carolina Jatobá, a 26 anos – exatamente o mesmo tempo de vida de cada um. Era simplesmente inverossímel a versão da defesa de que uma terceira pessoa no apartamento pudesse ter cometido o bárbaro crime.
Como lembraram vários leitores durante a semana, falta agora que se faça Justiça também em muitos outros crimes que continuam impunes, como o do meu colega jornalista Antonio Pimenta Neves, réu confesso da namorada assassinada a tiros uns dez anos atrás, que continua livre, leve e solto, esperando a prescrição da pena.
Datafolha mostra nova inversão da curva
Virou uma gangorra a campanha eleitoral: segundo os resultados da nova pesquisa Datafolha publicada hoje, o governador José Serra voltou a crescer quatro pontos (foi de 32 para 36) e abriu nove de vantagem sobre a ministra Dilma Roussef, que oscilou um ponto para baixo (de 28 para 27).
Na pesquisa anterior, do final de fevereiro, a curva mostrava exatamente o contrário, com Serra em queda de cinco pontos (de 37 para 32) e Dilma subindo os mesmos cinco pontos (de 23 para 28), caminhando para um empate técnico.
Este resultado inverte o astral de tucanos e petistas, exatamente na semana em que a campanha começa oficialmente, com o governador Serra e a ministra Dilma deixando seus cargos para concorrer à sucessão presidencial. A disputa, segundo este novo Datafolha, está cada vez mais polarizada entre os dois.
O que aconteceu? Não tenho a menor idéia. Por isso, prefiro ficar com o parágrafo final da análise de Mauro Paulino, diretor geral do Datafolha, publicada no jornal de hoje:
“Cabe às pesquisas acompanhar cada momento e aos analistas adotar prudência nas projeções. Não é uma eleição que permite prognósticos”.
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