Cheia histórica do Rio Madeira, em RO, avança

O nível do Rio Madeira, que corta Porto Velho, em Rondônia, atingiu a marca dos 18,46 metros na manhã de hoje (24), de acordo com a Defesa Civil da capital. São 26 centímetros a mais que o registrado no final de semana. Segundo levantamento do Corpo de Bombeiros do estado, mais de 400 famílias perderam suas casas e mil estão abrigadas em escolas e templos religiosos. Para o diretor de Comunicação do Corpo de Bombeiros de Rondônia, coronel Gilvander Gregório, a situação é caótica. De acordo com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), não há previsão de estabilidade ou redução da cheia, pelo menos nas próximas semanas. 

Nas cinco paróquias cedidas pela Arquidiocese de Porto Velho para acolher desabrigados, já não há mais vagas. Alunos não tiveram aulas nesta segunda-feira e seis escolas públicas também estão sendo usadas como abrigo. Outra grande dificuldade imposta pela força das águas é o acesso de mais de 200 voluntários e dos 30 bombeiros da Força Nacional, que chegaram na última sexta-feira para ajudar na remoção da população das casas atingidas. Além disso, as lavouras nos distritos, agricultura utilizada para a subsistência das famílias, estão perdidas. 

O coronel Gilvander Gregório lembra que é  importante que concentrem a entrega de donativos num ou dois pontos específicos, para facilitar o trabalho dos voluntários. Os desabrigados necessitam, sobretudo, de água potável, roupas, cobertores e  alimentos.

Segundo o tenente-coronel Denargli da Costa Farias, do Corpo de Bombeiros de Rondônia, atualmente, em Porto Velho, o clima está bom, com céu parcialmente aberto, sem chuva. Entretanto, tem chovido em regiões da Bolívia, o que influencia diretamente o nível do Rio Madeira. “A tendência é que chova na Bolívia nos próximos 15 a 20 dias, segundo informações que recebemos do Sipam [Sistema de Monitoramento da Amazônia]. Quando chove lá, a água leva cerca de quatro a cinco dias para chegar aqui, então a tendência é que aumente ainda mais o nível do rio”.

Já no Acre, o nível dos rios que cortam o estado começa a baixar. O Rio Acre – que atravessa Brasileia, Xapuri e Rio Branco – chegou aos 13,74 metros. Na última semana, o nível das águas havia ultrapassado os 15 metros. Nos municípios de Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira o nível dos rios também diminuiu.


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