Chuva e brilhos no Anhembi

Fotos Reprodução

A chuva que acinzenta a capital paulista há mais de um mês não deu trégua na primeira noite do Carnaval e caiu sobre os foliões e a Dragões da Real, penúltima escola a entrar no sambódromo do Anhembi nesta sexta-feira, dia 8. Desta vez, porém, as cores foram muitas e a água que caiu não tirou o brilho e a alegria da escola que foi um dos destaques deste ano pela beleza das alegorias, ao lado da Vai-Vai e Rosas de Ouro.

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Ainda com o céu firme, a Acadêmicos do Tatuapé abriu os trabalhos no sambódromo com uma homenagem a Beth Carvalho. Com o samba-enredo “Beth Carvalho – A Madrinha do Samba”, a escola trouxe cerca de três mil componentes que se dividiram atrás de cinco carros alegóricos que contavam a vida da cantora. Beth, que não pode comparecer ao desfile por conta de uma cirurgia na coluna, foi substituída pela sua sobrinha, Lu Carvalho, que entrou no último carro alegórico que trazia uma réplica gigante de um busto de Beth Carvalho. Desfilando no chão, a cantora Leci Brandão foi destaque da escola.

Vice-campeã do ano passado, a Rosas de Ouro foi a segunda a desfilar e dedicou sua apresentação aos jovens que foram vítimas do incêndio em Santa Maria no mês passado. Com o enredo “Os condutores de Alegria, numa fantástica Viagem aos Reinos da folia”, a Rosas brilhou com suas cinco carros alegóricos gigantes e com muita cor que representavam diferentes festas populares ao redor do mundo. O carro que fazia referência à festa mexicana do Dia dos Mortos foi o grande sucesso do desfile e, com muitas cores e foliões com rostos pintados com caveiras, levantou o público presente. Com cerca de três mil componentes, a escola teve como destaque a rainha da bateria, Ellen Roche.

Em seguida, a Mancha Verde entrou na avenida com seu samba-enredo “Mario Lago – o Homem do século XX”, em homenagem aos 100 anos do ator, escritor e compositor falecido em 2002. Com a frase “Eu não fico na calçada pra ver o desfile passar. Eu vou junto”, com a qual o ator resumia sua filosofia de vida, a comissão de frente abriu o desfile de cerca de três mil e quinhentos componentes. Divididos em cinco alegorias, os foliões cantaram a vida do ator, seu lado boêmio, sua poesia e suas musas. A bateria foi liderada pela modelo Viviane Araújo, que, ao lado da ex-panicat Juju Salimeni, foi o destaque da escola.

Com o samba-enredo “Sangue da terra, videira da vida: Um brinde de amor em plena avenida – vinhos do Brasil!”, a Vai-vai encantou o público com seus carros alegóricos, em especial o abre-alas que soltava fumaça com cheiro de vinho pelo sambódromo. Como destaques, a madrinha da escola, a apresentadora Ana Hickmann, o cantor Jair Rodrigues e o maestro João Carlos Martins que acompanhou a bateria.

A X-9 Paulistana homenageou a cidade de São Paulo e suas misturas étnicas com o tema “Se pra ter diversidade basta viver com alegria: Sorria… Pois São Paulo hoje é só harmonia!”. Entre os dois mil e oitocentos componentes, o destaque ficou com a rainha de bateria, Rosemeire Rocha, que mostrou muito samba no pé mesmo grávida de oito meses.

Sob a chuva que começou pouco antes de entrar na avenida com seus três mil e duzentos integrantes, a Dragões da Real se apresentou com o tema “Dragão, guardião real, mostra seu poder e soberania na corte do Carnaval”, em referência ao símbolo da escola. Com cinco carros alegóricos, lembrou grandes sucessos do cinema e dos desenhos animados que tinham dragões como personagens como Harry Potter, Dragon Ball e Caverna do Dragão, o que fez muito sucesso nas arquibancadas. Um dos carros, que apresentava um dragão chinês com 15 metros de altura, foi o grande destaque.

Última a desfilar, a Águia de Ouro homenageou João Nogueira, com o enredo “Minha Missão, o Canto do povo”. Sob o nascer do Sol, os três mil e duzentos integrantes cantaram a trajetória do sambista com a participação do filho do homenageado, o sambista Diogo Nogueira, e sua viúva, Ângela Nogueira. Apesar da beleza, tamanho dos carros que chamava a atenção e da animação dos foliões, a escola deve perder pontos por ultrapassar o tempo máximo na avenida, que é de 65 minutos.


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