Na quinta e sexta-feira (1º e 2 de outubro), será realizado no Teatro Guarany, em Santos, o evento Cibercultura 10+10, que contará com a presença de personalidades, pensadores e ativistas com um único objetivo em comum: discutir e repensar o fenômeno cultural desencadeado pela revolução das convergências digitais e seu impacto na sociedade.
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O nome do evento é uma alusão ao prestigiado livro Cibercultura, de autoria do escritor e pesquisador franco-canadense Pierre Lévy. A primeira edição da obra completa 10 anos em 2009. O evento acontece das 10 às 18 horas, com entrada franca. Para quem não estiver em Santos e quiser se manter informado sobre o assunto, basta se ligar no site da Brasileiros, com cobertura via Twitter e também com notas sobre o evento. Além disso, há um link com cobertura ao vivo.
Voltando à Pierre Lévy, o livro Cibercultura traça uma detalhada análise sobre a era high tech, fazendo inclusive algumas previsões do que estaria por vir. Muitas das quais já são realidade para a sociedade atual. Há 10 anos, muitos ainda não tinham a real noção do potencial da internet, ainda mais no Brasil. A obra de Lévy serviu também para desmistificar alguns críticos apocalípticos que viam na rede a perda da liberdade e das relações interpessoais.
O primeiro dia promete ser mais teórico. De manhã, haverá uma mesa de debates formada pelo músico e ex-Ministro da Cultura Gilberto Gil, o professor ciberativista Sérgio Amadeu, o professor da Unicamp Laymert Garcia, o pesquisador e professor da Universidade Federal da Bahia André Lemos e Alfredo Manevy, secretário executivo do Ministério da Cultura, além, claro, de Pierre Lévy. O debate será intermediado por Claudio Prado, coordenador executivo do Laboratório Brasileiro de Cultura Digital e ex-coordenador de políticas digitais do Ministério da Cultura durante a gestão de Gil.
A mesa irá discutir a cibercultura e seu papel nos últimos 10 anos e será feito também um paralelo com a história da era high tech com a evolução das comunicações entre os seres humanos na última década.
Após voltar 10 anos, à tarde a mesa dá outro salto. Os palestrantes irão fazer previsões do que esperam para a próxima década de cibercultura. Quem acha que ainda existe pouco espaço para desenvolvimento se engana. Segundo Lévy, ainda estamos na pré-história da civilização digital, e o caminho que ela seguirá, seguro ou não, didático e produtivo ou não, depende totalmente de nós, já que, para ele, a internet é um espelho da inteligência humana coletiva.
Na sexta-feira, o evento promete partir para um lado mais prático e interativo. Serão criadas oficinas de remix com Gilberto Gil, seu filho Bem Gil e outros convidados. As oficinas, com ferramentas livres, deverão recriar, por meio da remixagem, músicas compostas por Gil sobre o tema tecnologia e comunicação digital. A construção musical será totalmente colaborativa e coletiva. Uma espécie de demonstração, na prática, da capacidade cultural e social que as novas tecnologias e a comunicação podem adquirir quando usadas em conjunto.
De maneira muito resumida, o evento promete discutir como os processos de comunicação, produção, criação e circulação de bens e serviços foram e ainda serão modificados pelas novas tecnologias e como isso alterou a nossa forma de pensar e se organizar como sociedade. O Cibercultura 10+10 promete. Figue ligado em nosso site e no Twitter para não perder nada.
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